quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tênis velhos e histórias

Ontem, pratiquei o desapego. Não sem um pouquinho de dor no coração, é verdade... Separei 11 pares de tênis para se somarem aos dois que eu já havia dado na terça.

Tênis guardado estraga. Mofa. A cola solta. Alguma coisa acaba deteriorando com a ação do tempo. Não adianta ficar com eles. Melhor dar a quem possa usá-lo de alguma forma. Que possa dar um destino útil. Seja lá qual for. Mas um destino.

A maioria deles era muito bom e já tinha quase 10 anos de uso.

Bom, quase todos, porque desse Reebok Track Master, comprado em 2005, por R$ 159,90, certamente não terei saudade. Duro, machucava na parte de dentro do pé. Corri só duas vezes com ele, 25km no total. Deu para ver que não prestava e só serviu para passear depois. Está inteirinho, quase novo. Mas é uma porcaria. Uma amiga que comprou reclamou das mesmas coisas.


Já esse Adidas Bolder, comprado em junho/2002, por R$ 69,90, era bom, embora só tenha corrido 7 vezes com ele, 66 km no total. Só que ele era mais para trilhas ou treinos em terrenos acidentados. Ou seja, não era muito fácil usá-lo aqui em Porto Alegre. O único porém dele era uma questão estética. O desenho que fica pela parte de dentro, simétrico à da parte externa acima da sola, era costurado. Ao fazer o movimento natural da curvatura do pé, essa costura com o tempo foi soltando, o que era uma coisa óbvia, se alguém tivesse pensado nisso quando desenhou o tênis.


Esse Nike Zoom Swift, de perfil baixo, propício para competições, era muito bom. Muito corri e treinei com ele. Custou R$ 169,90 em maio/99. Usei na Maratona de Curitiba, em novembro do mesmo ano. Verdade que não fiz um bom tempo, mas certamente não teve a ver com ele. Fiz 800 e poucos kms com ele, o que é mais do que o recomendado. Mas a gente quer utilizar até quando dá e não aparece dor pela falta de amortecimento. Corri a Meia Maratona de Passo Fundo, em agosto de 2000, onde fiz 1:32:02, meu segundo melhor tempo na distância. Meia muito difícil, diga-se de passagem, cheia de sobe-e-desce o tempo todo. E não era qualquer subidinha...

Esse Nike Terra Grande até tentei segurar para o Guilherme, já que ele já está quase calçando o mesmo número que eu, mas ele não curtiu muito o modelo. Também, comprei em novembro/1999, já está meio defasado esteticamente. Custou R$ 169,00. Era na mesma linha do Bolder, para corridas em trilhas. Está praticamente inteirinho. Fiz 73 km com ele, mas me apertava um pouco, por ser 9,5 americano, embora o Zoom Swift acima também fosse. Só que, pode ser coincidência ou não, nessa semana, experimentando tênis pro Mountain Do, a maioria dos modelos para trilhas era sempre um número maior do que o meu habitual. Foi algo que me chamou a atenção. Mas, como disse, pode ser uma coincidência mesmo.


Esse Nike Presto Faze foi comprado muito em função da perfeição do modelo abaixo, pois foi lançado no ano seguinte, 2001. Custou R$ 199,90. No começo, até senti um pouco a pressão desse sistema sem cadarço. Mas foi só o tempo de se acostumar. Modelo muito bom mesmo, super confortável. Tinha uma numeração mais limitada, como toda a linha Presto, porque, por ser em neoprene, era mais adapatável ao pé da pessoa. Pena que a Nike descontinuou os modelos Presto. Era a melhor coisa que tinham criado na vida. Corri os 50 km de Rio Grande, em 2003, as maratonas de Porto Alegre de 2002, 2003 e 2004, e as duas na Europa em sequencia, em novembro de 2003: Mônaco e Florença. Até que percebi que ele já estava com 1.000 km. E ficou guardado um tempão. Mas, como disse no início, tênis guardado estraga... e foi o que aconteceu ano passado quando resolvi reusá-lo para ir na academia. Aí aquela parte plástica da "amarração" arrebentou, provavelmente porque ressecou com o tempo e a falta de uso.


O Nike Presto abaixo, para mim, e para muita gente que teve esse tênis, foi o melhor que já existiu na história. O neoprene deixava o tênis tão confortável que nunca machucava em ponto algum do pé. E era leve, mas com ótimo amortecimento. Fiz meu melhor tempo em maratonas com ele, aqui em Porto Alegre, em 2001 (3h11). Depois de aposentá-lo em 2003, desencavei-o em 2006, para fazer meu melhor tempo em meia, em Uruguaina (1h26) e, duas semanas depois, meu segundo melhor tempo em maratonas, novamente aqui em Porto Alegre, com 3h13.

Esse Adidas Supernova Cushion foi o responsável por eu aposentar o Asics Kayano XI que tinha. Depois de usá-lo, não conseguia mais calçar o Kayano, porque parecia que estava com um pé de pato... a forma do Kayano era mais larga e dava essa sensação, enquanto o Supernova ficava bem ajustado no pé. Comprei em julho de 2006 e aposentei-o ao final de 2007. Não era um modelo adequado ao meu tipo de pisada, pronada, o que fez com que ele, depois de uma certa quilometragem, fosse ficando pronado no pé direito. Por isso, parei de correr com ele com pouco mais de 600 km. Mas, por ser bem confortável e com excelente amortecimento, começou a me chamar a atençã para os modelos da Adidas.



Antes do Supernova acima, tive esse Adidas Ozone, que também era excelente no amortecimento. Comprei em março/2001, por R$ 199,90. 75 dias de uso e mais de 1.000 km para aposentá-lo. Cometi um erro na conservação dele: lavava-o com uma escova, ao invés de usar um pano. Isso, com o tempo, fez com que o tecido, logo acima do solado, estragasse, por conta do atrito com as cerdas da escova, o que me obrigou a levá-lo para colocarem uma costura interna. Mesmo com esse percalço, não há nada a reclamar dele. Mas a Adidas nunca trouxe para o Brasil os modelos seguintes...


Já esse Adidas Harmony quase só me deu dor de cabeça. Comprei em junho/2001, por R$ 199,90. Usei mais para passear do que para correr. Corri apenas 2 dias com ele. E ainda assim na teimosia. Porque, antes disso, no uso normal do dia-a-dia para amaciá-lo, a parte debaixo do solado começou a soltar. Até aí, tudo bem, era só colar novamente. O problema é que o material do amortecimento, como pode-se ver na parte branca da foto, começou a se deteriorar, por alguma razão inexplicável, praticamente dividindo a parte traseira da sola em duas partes. Aí nunca arrisquei correr muito com ele, porque temia que ficasse sem tênis no meio do caminho. Mas, internamente, era bem confortável, e eu achava-o bonito, embora a cor não combinasse com nada do resto que eu vestia...

Comprei esse Adidas Clima Solar em maio/2005 por R$ 229,90. Os modelos da linha Clima eram notabilizados pelo fato de serem mais arejados, com furinhos na parte debaixo do tênis, o que, para alguns, era um desconforto quando chovia, porque molhava o tênis (mas qual o tênis que não molha quando chove?). Para mim, sempre foi um ponto a favor. Era um modelo para triatlo, com sistema de amarração rápido, sem cadarço, e com um elástico por dentro. Aposentei quando atingiu 60 dias de corrida e quase 900 km, por volta de agosto de 2006. Usei na Maratona de Floripa em agosto de 2005 (3h36), na Maratona de Amsterdam, em outubro de 2005 (3h21), nos 50 km de Rio Grande em 2006 (4h07) e na Maratona de São Paulo 2006 (3h34).

Em janeiro de 2007 comprei esse Adidas Adizero SN, em São Paulo, por R$ 129,99. Se arrependimento matasse, estaria morto. Me arrependi. De não ter comprado outro igual. Porque esse tênis custava R$ 350,00 em média e até na Outlet da Adidas estava por R$ 250,00. Então, estava dado. E era um modelo com ótimo amortecimento, inclusive na frente, relativamente leve e que se adaptou bem ao meu pé. Não houve efeito nenhum de pronação no tênis. Talvez em função disso, a borracha do solado tenha durado mais que outros modelos, como o Supernova ou mesmo o Kayano que tive. Se fosse só em função do desgaste da sola, daria para correr mais uns 300 km além dos 700 que fiz com ele. Usei na Maratona de Porto Alegre de 2007, na Maratona de São Paulo na semana seguinte, um mês depois na Maratona do Rio de Janeiro e em setembro do ano passado, na Maratona de Punta Del Este. O Adizero Tempo me parece similar, mas é só uma impressão sem embasamento de conhecimento.


Bem, guarda-roupa esvaziado. Espero que alguém os use bem, seja lá como for. Vou ver se consigo repassá-los a um vereador que elaborou um projeto para utilização de calçados antigos no meio esportivo junto a crianças carentes.


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