segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Por quê?

Estava sábado à noite num bar da Cidade Baixa, bebendo água -claro, e a Bruna, minha colega de equipe, está lá contando para todo mundo que irei correr 82 km sozinho em fevereiro. Bem do tipo dela. Uma das amigas dela diz, estupefata: "Por quê? Isso é insano!"

Não tiro a razão dela. Para quem não corre, realmente é insano. Até para quem corre um pouquinho ou mesmo para quem já fez maratona parece demasiado. Eu mesmo já acho que de vez em quando o povo exagera na dose, fazendo umas super quilometragens sem necessidade e sabe-se lá porquê. Respondi para ela que também estou procurando a resposta...

Para falar a verdade, o que me atraiu é o fato de que é algo diferente, no litoral, na beira da praia, com um grau de dificuldade grande, mas também é uma prova boa, que não tem como dar errado, porque é em linha reta de uma ponta à outra. O 'errado', no caso, é a quilometragem e o calor do dia; tirando-se isso, o percurso é ótimo. E também nem é uma questão de falta de desafio, de estar 'entediado', que nem ouço por aí, ou mesmo de achar que maratona tá 'fácil' de fazer, de que é um objetivo que já foi atingido e que é preciso galgar outro degrau. Maratona nunca é mole e, para mim, ainda é a melhor distância para a gente se aventurar. Mesmo que a gente repita todos os anos a mesma maratona, ela sempre é diferente da anterior.

Claro, quem encara sozinho uma empreitada dessas tem que se virar, achar um pessoal de apoio, senão não tem como fazer bem a prova, pois qualquer água morna já vai ser motivo de reclamação, e convenhamos, não é mole deixar água gelada desde 5h30 até 16h na beira da praia. Nem os quiosques conseguem, muitas vezes, e isso que eles ainda cobram por ela. Nesse ano, houve alguma reclamação em função da água quente durante o percurso, ainda mais que o dia foi fora do comum, mesmo em termos de verão. Deu 40 graus naquele sábado. Todo mundo sofreu. Imagina quem correu sozinho. Mas evidente que quando planejamos uma corrida em fevereiro, no auge do verão, precisamos imaginar que a chance de estar muito quente é quase de 100%. O anormal é não estar.

O sonho de muitos maratonistas experientes é fazer a Comrades, na África do Sul, 89km, mas, se temos uma prova muito semelhante por aqui, por que não valorizá-la? Com todo respeito à Comrades, que é uma prova famosíssima, mas aqui vai ter muito mais gente que conheço torcendo por mim e me sentirei muito mais feliz vendo aqueles rostos peculiares dando uma força durante o trajeto e depois, no final, seja qual for o resultado. Já corri a Maratona de Mônaco e de Florença, em 2003, sem ter ninguém com quem dividir a alegria de ter terminado, e posso garantir que bom mesmo é receber o carinho de quem gostamos na chegada.

Em 2011 todo mundo vai sair às 5h30. É uma ajuda à lisura da competição, evitando (ou minimizando) que tenhamos alguns que possam 'encurtar' o caminho de alguma maneira. Não sejamos ingênuos: existem em todas as provas, não será nessa que não aparecerão os espertos, ainda mais com uma distância dessas. Assim, pelo menos, nós mesmos poderemos controlar de certa forma o desempenho dos adversários, sabendo-se, com alguma precisão, quem é que anda por perto, quem ficou para trás e quem se foi embora.

Por fim, só em fevereiro saberei se todo o esforço dos treinos cansativos e extenuantes com quilometragens altas terá valido a pena e terá me recompensado com uma boa prova. Eu acredito que sim. Então a resposta à pergunta da moça estará completa: porque dá prazer. Nada substitui a sensação de satisfação de terminar uma prova para a qual a gente se dedicou com vontade.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

De olho nos adversários

Hoje estava olhando meus adversários na TTT (nem sei porque faço isso), dia 5 de fevereiro de 2011.
Há uma certa controvérsia sobre a distância. Uns falam em 81, outros em 82, e já vi até 84. Eu, sinceramente, achei que era um pouco menos. Mas 2 ou 3 km não fazem diferença em 80.

Vejamos aí o povo que terminou ano passado:


CATEGORIA: IM - MASCULINO INDIVIDUAL
1 00025 RICARDO NILSON M 06:50:56 11,863 BODYSULL RUNNERS
2 00009 FRANCO JAVIER CAMMAROTA GEROSA M 07:11:00 11,311 OXIGÊNIO SPORTS
3 00008 EDUARDO KOFF ACORDI M 08:21:08 9,728 OXIGÊNIO SPORTS
4 00027 ROOSEVELT ARMANDO LISKA DE ALMEIDA M 08:43:09 9,319 PETISKEIRA/VIDA NATURAL
5 00007 EDSON JOEL CUNHA DA SILVEIRA M 08:56:44 9,083 PETISQUEIRA/ACORESTEIO
6 00001 ADALBERTO TAVARES LEWIS M 09:37:30 8,442 FAMILIA EXTREMA/MIRIAM CALDASSO
7 00011 JOÃO BATISTA DE MATOS DANDA M 10:20:50 7,852 MIRIAM CALDASSO
8 00012 JOÃO GABBARDO DOS REIS M 10:25:08 7,798 ACADEMIA 10/CLÍNICA LUCCHESE
9 00015 LÉO ALGER ALVES ROTELES M 10:30:27 7,733 ROTELES
10 00010 GÉLCIO DIAS DOS SANTOS M 10:36:54 7,654 SUPERAÇÃO
11 00026 ROGERIO LISKA DE ALMEIDA M 10:38:06 7,640 PETISKEIRA/VIDA NATURAL
12 00030 ALEXANDRE KERN M 10:40:06 7,616 PAULO ALVARES
13 00013 JOSÉ LUIS STRAPPAZZON M 10:40:26 7,612 AVULSO
14 00005 CLEBER KOHLS DOS SANTOS M 11:12:33 7,249 INDIVIDUAL
15 00033 JOÃO FRANCISCO MACHADO DE MACEDO M 11:27:37 7,090 AVULSO
16 00021 MAURO ROSA DO NASCIMENTO M 11:28:00 7,086 MAURO NASCIMENTO
SUB-TOTAL DE COMPETIDORES CATEGORIA : 16

O primeiro é professor de educação física e tem maratona para 2h41 em Punta Del Este, onde eu tenho 3h35. Tudo bem que tive fratura por estresse no fêmur durante a prova, mas não faria menos que 3h20, o que já seria uma enorme diferença.

O segundo também é professor de educação física e tem maratona para 2h54 na Maratona de POA ano passado. De tirar o chapéu também.

O terceiro já fez Ironman, o que, convenhamos, não é para qualquer mané*. Se bem que depende também do tempo em que o mané completa. No caso dele foi em 12h, 4h18 na maratona, mas isso já com 3,8km de natação e 180km de ciclismo antes. E foi em 2005. Deve ter evoluído. Claro, também podemos olhar pelo lado positivo: ficou mais velho e piorou... mas eu também fiquei mais velho...

Acho melhor parar de olhar no terceiro mesmo. Não adianta ficar sofrendo por antecipação. O dia é o dia, embora não existam milagres. Mas a curiosidade também me levou a ver os inscritos para 2011:


Nome da Equipe

Nome do Responsável

Atletas

1

3 figueiras strider 1

EDUARDO MARQUES

1

2

3Msports 3

Marcel Meregalli Soares

1

3

ADRIANO ALVES

GOHL RUNNING

1

4

Alexandre Kern

Alexandre Kern

1

5

Andre de Canossa Macedo

Seival Pua - Percorrer

1

6

ANDRÉ REINERT BRUCH

FITS RUNNING

1

7

DANIEL GOHL

GOHL RUNNING

1

8

DANIEL RECH 6

DANIEL RECH

1

9

Edson Joel Cunha da Silveira

Petiskeira

1

10

EDUARDO RAMOS DA SILVA

DER ENDURANCE TEAM/BASE 1

1

11

ELOIZA TESTOLIN RODRIGUES

AVULSO

1

12

FRANCISCO RAINONE JR.

RCS

1

13

Gélcio Dias Santos

superação

1

14

Gentil Goularte Junior

AFDG/DANA/PRÓ-FISIO

1

15

Giorgio Rabolini

Oxigênio Sports

1

16

H2 STUDIO PILATES

LEONARDO HAUBER DA SILVA

1

17

H2 STUDIO PILATES

LEONARDO HAUBER DA SILVA

1

18

igor samuel kunst

eu

1

19

João Batista da Silveira

Chão Bento

1

20

João Gabbardo dos Reis

Academia 10 / Instituto de Cardiologia

1

21

jose flavio paim junior

the flash

1

22

JOSÉ LUIZ STRAPPAZZON

CORPA

1

23

LUCIANE SANT'ANA

Win/Petiskeira/SNC

1

24

LUCIANO BRABOSA DARRIAGA

INTEGRA PRÓ SAÚDE

1

25

MAICON DE OLIVEIRA DIAS

Winners

1

26

Marcelo Ramos Raymundo

Academia Energia Vital

1

27

MÁRCIA DENISE SOARES DE LIMA

OXIGÊNIO SPORTS

1

28

MARIALDO RODRIGUES

MARIALDO RODRIGUES

1

29

MARIALDO RODRIGUES

AVULSO

1

30

Oscar Luiz Jaeger Neto

Win Sports

1

31

PERCORRER 7

LEONARDO RIBAS

1

32

Petisqueira - SNC Fitness Hall

Cleimar Rodrigo Tomazeli

1

33

RAFAEL ZOBARAN

AVULSO

1

34

RAFAEL ZORTEA

RICARDO DUNKER

1

35

RICARDO JAURIS FRANCO

ADAO DOMINGOS/GBSSSS

1

36

RICARDO LUÍS RAVAZZOLO

MD MULTISPORT

1

37

ROGÉRIO GASPAR K. HEITLING

GBSSSS/ADÃO DOMINGOS

1

38

Ronei Bitencourt

Oxigênio Sports

1

39

TIAGO DE MELO

LEONARDO RIBAS

1

40

WINNERS

ÁTILA VIERO DE CONTI

1

41

WINNERS

ÁTILA VIERO DE CONTI

1

42

WINNERS

ÁTILA VIERO DE CONTI

1


Não dá para saber ainda realmente quem é quem de todos, mas já dá para saber que haverá bem mais loucos que em 2010. Estou excitado pelos treinamentos e curioso para saber como será meu desempenho. Tenho boas expectativas. Posso estar demasiadamente confiante e subestimando o desgaste que a distância deve gerar depois dos 50km, mas a ideia é terminar em 8h. Daqui 2 meses saberemos.

* Antes que outra pessoa interprete diferente do que escrevi:
mané = cara, cidadão, pessoa
Não chamei de mané quem faz Iron, disse, pelo contrário, que "não é para qualquer mané" fazê-lo!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Contagem regressiva


Começou a contagem regressiva. Não para o revéilon, mas para o dia 5 de fevereiro de 2011. Dia da TTT, Travessia Torres-Tramandaí. 82 km em carreira solo. Claro que estou tentando angariar uma porção de ajudantes durante o trajeto, porque, sem apoio, é impossível terminar bem. E, mais do que terminar, quero chegar sem estar esgualepado. Cansado, mas inteiro, dentro do contexto de quem correu 82km, lógico. Para isso também a Simone, minha nutricionista, vai entrar em campo, dando o suporte da área para que esteja bem preparado para o desafio.

Semana passada fiz uns bons treinos. Ainda em quilometragem baixa. O máximo foi 15,8 no sábado retrasado, sendo que havia corrido na sexta à noite. Depois terça fiz 13,1 e quinta o mesmo trajeto, 3 minutos melhor. É pouco, eu sei, mas já deu um entusiasmo para os treinar mais e melhor.

Quando o calor de dezembro estiver no auge, devo estar fazendo 25, talvez 30km, vai depender da evolução nesse período, já que ela precisa ser gradativa para não aparecer nenhuma lesão ou outro contratempo.
Ainda não sei se farei treinos de mais de 42, 50km. Porque vou ter que analisar com o tempo se a relação sacrifício-desgaste/treinamento será vantajosa.

Quando treinei para essa prova da foto (50km da Supermaratona de Rio Grande, 2006), meu maior longo foi 22,5. Infelizmente, não dá para levar como parâmetro e usar uma proporção. Além do mais, 5 anos terão se passado.


A ideia inicial é fazer a prova em 8h, o que daria 6min/km. E a ideia dos treinos é treinar bem mais forte, para poder correr fácil e solto durante um tempo, até as dores começarem a aparecer.
Mas, ao longo dos treinos, terei uma ideia melhor do que será possível correr por lá.

Só que espero que as previsões de tempo continuem a indicar muito sol até lá, o que significa um sofrimento nos treinos, mas também um condicionamento mais adequado para quando chegar a hora da verdade.

sábado, 20 de novembro de 2010

Boicote e super treinão


Repercutiu bastante duarnte a semana o post no blog da Revista Runner's World sobre o protesto que nós, corredores gaúchos, iremos fazer dia 12 de dezembro, na Etapa do Circuito das Estações Adidas. Não é um protesto contra a empresa de material esportiva, mas contra a organização do evento e, casualmente, e infelizmente, essa foi a prova escolhida para o boicote. Bom, nada melhor que o presidente da AGCRS, Associação Gaúcha de Grupos de Corrida do RS, Rogério Menegassi, para abordar o tema. Reproduzo aqui o comentário que ele postou no aludido blog:

"Passamos todo esse ano de 2010 mandando relatórios de Avaliação das Provas, com pontos Positivos, Negativos e Sugestões. Estamos, como clientes que somos, dando o nosso feedback sobre as provas, e não só reclamando, mas trazendo sugestões. Mas por incrível que pareça essa empresa não quer ouvir o seu cliente. Parece surreal, pois em pleno século 21, o que as empresas mais querem é a opinião de seus clientes, chegam a pagar por isso, e nós da Associação fazendo com a maior das boas intenções, simplesmente para melhorarmos as provas. Acreditamos que com o crescimento desse setor, todos têm a ganhar. Os organizadores de provas, as lojas de materiais esportivos, os Profissionais de Ed. Física, as Academias, os Corredores, ou seja, todos que estão ligados com a prática esportiva.

Imaginem se dobrasse o nº de corredores, todo o segmento iria ganhar, inclusive o Governo que teria uma população mais saudável. Essa é a nossa filosofia, nosso objetivo é - Unir os interesses de uma "classe" ou setor - Trocar experiências entre os seus integrantes - Ser uma entidade representativa - Propor sugestões, benefícios e melhorias que atendam a todos entre outras coisas.

A gota d’ água do nosso descontentamento foi a prova noturna da Fila, muito mal organizada, sem iluminação e segurança na área das assessorias, além de ficarmos em um local inapropriado e longe da “arena” fato esse que acontece frequentemente. O que mais nos indignou é que passamos toda a semana que antecedia a prova perguntando sobre essas questões, inclusive alertando sobre um longo trecho do percurso que estava sem nenhuma iluminação para os corredores e ainda com “lombadas”, o que já causou quedas de vários atletas, mas nada adiantou. A prova aconteceu precariamente. E o “pior” é que no mês anterior aconteceu aqui em Porto Alegre a POA Night Run, prova noturna muitíssimo bem organizada, com iluminação para as assessorias (parecia dia), as tendas dentro da arena, percurso com túnel de luzes e som, DJ e VJ, banda de samba, um lounge com iogurte, picolé, salada de frutas, massagens, entre outras coisas.

Então sabemos que dá para organizar bem uma prova, sabemos que tem organizadores de eventos preocupados com os corredores e as assessorias. Nesse mês de novembro aconteceu aqui a Maratona de Revezamento da Paquetá, outra prova belissimamente organizada. Percurso diferente, ótima área para as assessorias ficarem, kit com camiseta, squeeze, mochila e toalhinha por R$ 50,00. Fizemos reuniões antecipadas com os organizadores, demos as nossas sugestões e a prova foi maravilhosa, cerca de 4 mil corredores satisfeitos.

Gostaria de reforçar que não temos nada contra a Adidas, decidimos não participar da próxima prova que a Vetor Esportes fosse organizar, e para infelicidade da Adidas foi o Circuito das Estações. E para fechar o ano, vamos organizar o nosso 1º Super Treinão de Confraternização, que será realizado dia 11 de dezembro, um dia antes da prova da Adidas. Essa prova conta com a participação e organização da maioria dos grupos de corrida da Associação e temos a expectativa de contar com mil corredores. O percurso é diferente e as distâncias variam de 04Km a 18Km, possibilitando a participação dos mais diferentes níveis de corredores. Agradeço as palavras de apoio de todos. Esperamos, sinceramente, estarmos contribuindo para o crescimento das corridas de rua.
"

Diante disso, optou-se por fazer um grande treinão entre todas as assessorias esportivas da Associação na véspera da prova. E, no final, a ideia ficou muito legal. Tomara que muita gente participe (do treinão). E que se repita nos anos seguintes.

Eu, como já tinha salientado nesse post, já havia dito que ano que vem não participaria mais do Circuito da Adidas se não houvesse troca de percurso.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

6ª Maratona de Revezamento Paquetá/Asics

Quem não foi, perdeu uma grande prova ontem.
A começar pelo kit, que continha camiseta, mochila, squeeze e também uma fita para ingressar na área vip depois. Pelo R$ 50,00 da inscrição, acho que mais que justo. Ok, a camiseta era pequena para quase todo mundo, mas, em relação a anos anteriores, houve um salto de qualidade geral. Quem lembra da camiseta das duas primeiras edições sabe do que estou falando. O Gabriel, meu filho menor, ficou com a minha. Mesmo porque já ando com camisetas de corridas demais lotando o armário.

Eu corria o segundo trecho e cheguei por volta da 9h15 no Barra Shopping, na zona sul da cidade. A estrutura era bem boa, com tudo aparentemente bem disposto e uma mega tenda da Asics para o pós-prova.

O povo se dispunha dentro das baias que estavam separadas por duplas, quartetos e octetos. Verdade que o espaço era limitado, mas o staff chamava pelo número à medida que os corredores iam chegando e, creio eu, não deu maiores problemas no revezamento, exceto, claro, a 'boca-abertice" de alguns que ficam fazendo não sei o que ao invés de prestarem atenção na sua equipe. Sempre tem aqueles que conseguem a proeza de serem chamados no microfone...

O dia estava lindo (leia-se sol forte), abrilhantando a festa. Valdomiro, 71 anos, meu parceiro de dupla, fez o primeiro trecho de 21 em 1:44:19. E então eu saí para enfrentar o calor. O trajeto era simples, já que a EPTC não libera mais coisas em matéria de fechamento de ruas: saíamos de dentro do Shopping, em direção ao centro, para, logo em seguida, fazermos o retorno e irmos costeando o rio até chegar na praça da Tristeza. De lá retornávamos pelo mesmo trajeto. Duas vezes, no caso. Não era exatamente uma beleza, mas, dentro do contexto da tecnocracia que se apoderou da 'imobilidade urbana' nos últimos tempos, talvez até devêssemos agradecer de joelhos. Ainda vai chegar esse tempo, pelo visto.

Embora eu tenha pego água quente em um posto de abastecimento, em linhas gerais esse quesito esteve bom. Lá na Tristeza havia uma banca de Gatorade, sendo distribuído em copos, o que também ajudava. E, pouco antes, umas moças bonitas entregavam gel em sachê para os corredores.

Minha primeira 'perna' foi feita em 53 minutos. Bom, levantando-se em consideração que voltei a correr dia 16 de outubro, o que significou, de lá para cá, 8 dias de treino. Mas, mal saí para a segunda volta, e o meu rendimento caiu. Nem tanto pelo sol, que já estava forte àquela hora, mas mais pela falta de sono, já que saí no sábado à noite e dormi apenas 3 horas. Poucas horas de sono e corrida não combinam. Até pode acontecer, como já aconteceu comigo, de fazer uma boa prova, mas é preciso estar muito bem treinado, o que não era o caso, e certamente será sempre uma exceção. Acho também que, apesar do calor que fez, principalmente para quem correu a segunda metade de prova, tivemos sorte em a umidade estar baixa. Seria o caos se fosse alta.

Sofri bastante nos 2 ou 3 primeiros quilômetros da segunda volta, mas depois a coisa melhorou um pouco e, quando fiz a volta lá na praça da Tristeza, aí a mentalização de que faltavam cerca de 5km deu um ânimo extra, sem falar na letra de "Regret", do New Order, que não me saía da cabeça durante o trajeto.
"Wake up every day that would be a start. I would not complain of my wounded heart. I was a short fuse, burning all the time. You were a complete stranger, now you are mine." Culpa da festa de ontem. Mas que ajudou bastante a manter o foco na prova e a ver os quilômetros irem passando.

Lá pelo km 18, uma pequena nova caída de ritmo, já que as pernas cansadas pareciam blocos de pedra. Foi penoso subir a Av. Guaíba defronte à vilinha da Assunção, pouco antes do Veleiros, mas logo em seguida, com cerca de 2,5 km restando, não teve como não apressar o passo. Engraçado que, desde antes, já achava que estava correndo num ritmo bom, mas olhava para o relógio e todo aquele meu esforço era para correr em 5:10/km. Era a falsa impressão que o cansaço pela falta de sono produziu. Não tinha mais como ter um parâmetro certo, pois não era uma situação normal de treino.

Mas, assim, cansado e achando que estava correndo bem, cheguei finalmente em 1:49:03, 56:03 para o segundo trecho, 3 minutos a mais que a primeira parte. Dentro do contexto, achei bom. Recebi a medalha, entrei na área vip, mais Gatorade, água e tinha umas frutas também, que acabei nem pegando, pois entrei na fila da foto, que a Asics disponibilizava, nos mesmos moldes da Meia do Rio. Deram uma tolha também e me disseram que havia sanduíche, mas não vi nada disso, mesmo porque a foto demorou bastante mesmo e não teve como desfrutar do resto.


A premiação já tinha começado quando finalmente tirei a tão esperada foto e me dirigi à barraca da equipe. Muita gente já tinha ido embora. Alonguei, descansei, bati papo, não necessariamente nessa ordem e fui embora, enfrentar a fila de carros para a saída, já que ela ela livre do pagamento do estacionamento até as 13h, e o povo deixou para sair meio que em cima do laço.

Pelo que ouvi do povo, muita gente achou a prova ótima. Eu também. Acho que entramos num excelente patamar de organização e estrutura, falta só a EPTC colaborar com os trajetos...

E falta também nós, corredores, colaborarmos com a nossa parte. Porque eu vi gente correndo em mais de uma equipe ( e subindo no pódio), o que não era permitido, e vi também umas mulheres das duplas, que eram as segundas corredoras, bem antes de mim e até do Adriano (!) da Petiskeira. A não ser que o (a) companheiro (a) delas tenha quebrado o recorde mundial, não era possível...

Então, nesse aspecto, demos um mau exemplo. Acho que já está mais que na hora de o povo parar de correr com o chip dos outros e inventar jeitinho de burlar as regras. Fica feio. É desonesto. Prejudica outros. Depois reclamam da corrupção, do governo, da política, etc, mas têm exatamente a mesma atitude. O mesmo jeito de tirar proveito das coisas em benefício próprio. Me faz lembrar da Corrida Maluca, em que o Dick Vigarista tentava sempre uma trapaça, e o Muttley dava aquelas risadinhas e pronuciava sua frase clássica, que ajudou a inspirar o nome do blog: "Medalha, medalha, medalha!" Pense nisso.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vem chegando o verão


Finalmente, os dias nublados, cheios de vento, chuviscos, garoa, parecem ter ficado para trás.
Depois de tanto tempo, tivemos parques lotados no fim-de-semana que passou. Comentei até com a minha irmã que veio de Brasília e que estava indo na Feira do Livro, quando passamos pelo Gasômetro, que outro dia me perguntaram o que havia em tal lugar. Respondi: sol. Aquele era o "evento".

Com tantos dias feios, tanto tempo de inverno, quando o sol dá sua cara com força no final de semana, os parques lotam. As pessoas saem para tomar chimarrão com os amigos, se exercitar, ficar na rua. Sol é vida, como dizia um médico que costuma consultar.

Nesse contexto, o horário de verão ajuda bastante, pois temos luz natural até mais tarde, possibilitando que aqueles que saiam do trabalho, possam praticar esportes ao ar livre, tranquilamente. No fim do dia, a Av. Beira-Rio, perto do Gasômetro, fica abarrotada de gente caminhando. É preciso ter cuidado para não haver nenhuma colisão.

Acho que já comentei outras vezes por aqui, sem querer "puxar brasa pro nosso assado", mas é preciso bastante força de vontade para ficar encarando nosso inverno, com quase ninguém nas ruas correndo, te acompanhando, todo mundo fugindo do frio. Tem que gostar muito.

Então, agora é a hora de aproveitar o atraso, correr no sol, sofrer com o calor, que lá por janeiro deve ser cruel como de costume. Domingo, provavelmente debaixo destas condições, teremos a Meia Maratona de Revezamento Paquetá, em sua 6ª edição. O trajeto mudou, sairá do Barra Shopping em direção à Zona Sul e teremos que correr duas vezes o percurso. Não é uma maravilha, mas já é alguma coisa mais diferente e melhor do que correr na Av. Beira-Rio.

O entorno do shopping é uma área de bastante movimento, e esperemos que dê tudo certo para que possamos correr com tranquilidade durante o percurso, sem maiores percalços. Domingo saberemos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Maratonista cria fórmula de carboidratos

Saiu na Folha de São Paulo de sábado.

Maratonista cria fórmula de carboidratos

Cálculo define a quantidade exata de calorias necessárias para completar uma prova

DA REUTERS

Maratonistas podem treinar meses para se preparar para a grande corrida e, mesmo assim, ter dificuldade para terminar o percurso, se as suas reservas de carboidrato acabarem muito rápido.
Uma nova fórmula, criada por um maratonista estudante de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology) permite calcular exatamente quantas calorias de carboidratos são necessárias para percorrer os 42 km.
De acordo com Benjamin Rapoport, autor do estudo publicado na revista "PLoS Computational Biology", 40% dos maratonistas chegam ao seu limite durante a corrida. Queimam os carboidratos guardados no fígado e nos músculos da perna, o que os força a diminuir o ritmo, ao passo que o corpo começa a queimar gordura.
Segundo Rapoport, muitos corredores acreditam que isso é inevitável. "Isso não é verdade de jeito nenhum", diz ele, que já correu 18 maratonas. Seu melhor tempo foi de duas horas e 55 minutos, na prova de Boston.
Para fazer os cálculos, é preciso saber três coisas: o peso, o tempo que a pessoa quer fazer na maratona e a capacidade máxima de uso de oxigênio. "Essa é uma medida do condicionamento aeróbico", disse o estudante.
A capacidade aeróbica mede quanto oxigênio o corpo consegue transportar para os músculos e consumir durante uma atividade física.
Para ter esse número, é preciso fazer um teste de esteira. Mas dá para fazer uma estimativa disso dividindo a frequência cardíaca máxima pela frequência cardíaca em repouso e multiplicar por 15. Para saber qual é a frequência cardíaca máxima, o estudante recomenda subtrair a idade em anos de 220 batidas por minuto.
Ele construiu até um calculadora on-line que faz as contas para o atleta (http://endurancecalculator.com/).
Muitos corredores, diz Rapoport, usam suplementos de carboidratos durante a prova, em forma de gel ou bebidas, mas dá para carregar mais "combustível" nas pernas e no fígado, se a pessoa souber de quanto ela precisa.
Antes, os maratonistas precisavam fazer estimativas. Agora, dá para calcular os números com exatidão. "É meu presente para os colegas corredores", disse.



Bom, agora só não leva a quantidade suficiente de gel quem não quer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nosotros en Buenos Aires

Eram mais ou menos 13h15, quando eu, o Gabriel e o Duda chegamos ao Aeroporto Salgado Filho sexta passada, para embarcar rumo a Buenos Aires. O dia foi de confusão, já que choveu forte durante a manhã e os voos foram cancelados naquele período. Grandes filas se formavam nos guichês da TAM e da GOL, mas, sorte nossa - na teoria - íamos pela Pluna. Pouca gente no check in, no entanto, mesmo assim, levamos mais de meia hora para sermos atendidos. E então surgiu o problema: não lembrei que deveria levar uma autorização da mãe para poder viajar com o Gabriel para o exterior. E agora? A atendente - que nem nos atendia, meio de mau humor, diz que vai fechar o voo em 15 minutos, o que gera um certo estresse, já que esperamos um tempão pelo atendimento. Ligo para a mãe dele, armamos uma operação de guerra e ela consegue chegar a tempo, graças ao atraso no voo. Salvo pelo gongo.

Mas, novas surpresas: tentamos entrar na área de embarque, e a funcionária da Infraero diz ao Duda que não está na hora, que voltemos em 20 minutos. Não me dou por satisfeito, já que o painel está apontando que o voo sai às 15:45, que é o horário que ela nos manda voltar. Vou lá e ela repete o mesmo discurso. Ok, voltamos na hora certa. Só que agora ela diz: "Pluna? Já saiu, vocês estão atrasados! Entrou todo mundo!" Nova correria. E então damos de cara com a mesma atendente de antes, com o mau humor², espumando raiva pelos poros. Tento argumentar e ela replica: "Eu avisei vocês para virem direto, e vocês ficam passeando no aeroporto!" A tentativa de acalmar a gordinha é em vão: "Eu ia cancelar o voo de vocês e mandar retirar as bagagens! Agora tenho que chamar a Polícia Federal só por causa de vocês 3!" Ela continua espumando raiva, ódio, mau humor, falta de amor no coração, etc, até que somos atendidos pela PF e liberados para pegar o ônibus dentro do pátio do aeroporto e embarcar na aeronave.

O voo é tranquilo, chegamos pouco depois da 17h em Montevidéo, local de escala. Lá está em horário de verão, com 1h na frente. Nosso voo em direção a Buenos Aires é às 20:00, horário de lá. Encontramos o Valdomiro, o Fernando, Helena e filhos, e outro pessoal daqui na espera. O voo deles em POA era às 9h, mas não saiu em função da chuva e eles ainda aguardavam o desenrolar da confusão, já que perderam conexões em função de tudo. Com isso e com atraso, saímos pouco depois das 20h30, mas antes deles, em direção a Buenos Aires. Eles só chegam depois da meia-noite.

Nosso aeroporto era o Aeroparque, que fica dentro da cidade, uns 15, 20 minutos do centro, onde ficamos. Eram quase 23h quando chegamos ao nosso destino, o Hostel Suites, na Florida.





Na manhã seguinte, acordamos, meio atrasados, verdade, e na correria para pegar o tour da organização da prova pelo percurso. Chegamos com meia hora de atraso, mas os ônibus ainda não haviam saído de lá. Dentro dele, encontro o Miguel, mineiro de BH da equipe Baleias, responsável pelo excelente blog da equipe.


(Gabriel e o Duda no ônibus, no nosso passeio pelo percurso da maratona)

O passeio é o meio monótono, longo, interminável, programa de índio, e os guias são meios evasivos e desconcentrados durante ele. Adormeço metade do caminho. Quando estamos perto de nosso Hostel, decidimos descer e voltar ao local da entrega dos kits (de onde os ônibus saíam), já que o tour ainda levaria 1h30, com pausa para lanche e tudo mais.

O local da feira para a entrega do kit é amplo, suficiente para as pessoas, e tudo funcionava muito bem. A entrega, como já bem frisei outras vezes, é feita como deve ser: bancas por números, o que a faz fluir com rapidez. O kit é relativamente simples: a camiseta (que o Duda mostra na foto acima), algum produto para "micose", o chip, a revista da maratona e o regulamento com o mapa do percurso. É possível colocar o nome nas costas da camiseta, o que é feito por quase todos os corredores, e que levava meia hora até ficar pronto. Embora da Adidas, a camiseta era de poliéster (e menor que o normal) e não poliamida, como é na Meia do Rio, por exemplo, também patrocinada por ela. Devolvo os 4 chips que peguei do povo que não foi e não iria correr. Havia um "urna" em que era depositado o chip, o que foi louvável e funcionou eficientemente, com muitos devolvendo-o.

Passeamos no tempo que nos resta na Villa Crespo, local das inúmeras outlets com preços relativamente bons, e pertinho de Palermo Soho, bairro da badalação noturna.

Na entrega do kit, havíamos encontrado o Mário e o Claiton e combinado uma janta no Broccolino (foto abaixo), na rua Esmeralda, que se realizou depois dessa brincadeira. A massa era bem boa por lá, a melhor que comi no fim-de-semana todo, e o preço acessível. Recomendo.


Na manhã seguinte, vamos comprar as coisas para o café (já que no Hostel só serviam às 8h) e encontramos a Bruna nos aguardando, atucanada, falando pelos cotovelos (mais ainda), nervosa por não ter falado conosco durante o sábado todo (o voo dela chegou só às 5h da madrugada e não nos encontramos no kit), e preocupada em não nos achar por lá (já tinha deixado alguns recados, que ninguém nos passou). Mas deu tudo certo e rumamos para o Estádio do River Plate, onde era a largada. O táxi não leva todos nós, e então sigo depois deles. Encontro um corredor argentino, que aguardava por uma carona de um amigo, me oferece também, mas o amigo dele já havia combinado com mais 2. Nisso, os táxis seguem passando, sempre com alguém dentro. Outro corredor aparece, um pernambuco, e dividimos o táxi até lá.

Em lá chegando, encontro o Zé Luiz, meu parceiro de maratona aqui, e a esposa, meus amigos cariocas. Tiramos umas fotos, me despeço deles, desejando boa sorte e logo em seguida encontro o resto do povo.


(O segredo do Mário para "voar" do jeito que voa: meias de compressão e tênis discretos)

(A galera reunida antes da largada)

A largada foi uma grande festa como pode ser vista já na primeira foto do post. Ela era dividida por "baias" de tempo. Os corredores, lá na entrega do kit, recebiam um pulseira colorida alusiva ao tempo que pretendia fazer na prova. Baseado nisso, se colocavam na área respectiva e saíam. Verdade que depois da largada tudo mais ou menos se misturou, mas, pelo menos, na teoria, todo mundo estaria junto "dos seus", no seu ritmo, quando desse para começar a correr propriamente.

Saí dali, peguei um táxi, com o mapa do percurso na mão, e iria tentar pegá-los em algum ponto. Combinamos mais ou menos pelo 30, mas olhando o trajeto, tentei pegar antes e acompanhar outros momentos da prova. Não me faço entender bem pelo taxista, ele passa do ponto que eu queria e me deixa na Av. 9 de Julio, próximo ao Obelisco. De qualquer forma, foi melhor, pois os corredores passavam ali perto. Andei nem duas quadras e cheguei à Tucumán, onde tiro as fotos que seguem abaixo. Nesse ponto, eram pouco mais de 10km.



(Mário)
(Zé Luiz e Maria Helena)

(Claiton)

(Valdomiro)
(Duda)

Enquanto eles iriam em direção à La Boca, onde passaram pela La Bombonera, estádio do Boca Juniors, eu só tinha que seguir pela Tucumán no sentido inverso ao deles e em cerca de 1km chegava no ponto mais ou menos do km 28 da maratona. Nem foi preciso táxi. Claro, lá tive que esperar um tempo. Deu para tomar e comer alguma coisa e gravar alguns vídeos de outros corredores mais rápidos, que postei no Youtube.


De lá, peguei outro táxi, e o Duda pediu para eu alcançar Red Bull para ele por volta do km 32. Disse que talvez não desse tempo para chegar lá. Deu para chegar antes até, mas ele já estava passando, ali pelo km 30, e só pude dar para a Bruna. Só que acabei entrando numa roubada nesse ponto do trajeto: não tinha táxi passando por ali, pois era uma área contígua ao Porto, sem casas, sem nada praticamente, na Av. Costanera.

Tento ir acompanhando o trajeto, o Gabriel junto, procurando encontrar algum ponto que pudesse sair para um local mais movimentado, pegar um táxi e seguir em frente. Mas não há. Vamos caminhando, o Gabriel já meio cansado, coitadinho, e nisso passa a ambulância que recolhe os corredores que não completam a prova. A moça ali nos oferece carona. Caiu do céu. Diz que quando recolher outros corredores teremos que descer, mas isso só acontece por volta do km 35, onde já é entrada de um parque (um dos tantos da cidade) e um local bem movimentado, onde poderemos pegar o tal do táxi tão sonhado. Mas pegar táxi em Buenos Aires é uma tarefa árdua. Eles passam aos borbotões, mas estão sempre com alguém dentro. Então, esperamos, esperamos, esperamos, até que conseguimos pegar um, que logo em seguida para no trânsito engarrafado pela própria maratona. Ficamos tranquilamente mais de meia hora nessa brincadeira, tentando alcançar o estádio do River novamente, onde terminava a prova. Quando finalmente chegamos, o povo já está lá, o Duda, a Bruna, o Valdomiro. O Mário e o Claiton que haviam terminado a prova mais cedo, já tinham ido. Encontro o Hideaki, grande organizador e propagandista dos Marathon Maniacs, e tiramos a foto abaixo.


(Os maratonistas e suas respectivas medalhas)

Eles terminaram assim:
Mário -> 3:10:13
Claiton -> 3:46:54
Duda -> 3:51:12
Bruna -> 4:02:00
(ela disse que o GPS dela marcou mais 400m)

No cômputo geral, Buenos Aires foi uma prova excelente, mesmo vendo de fora. Houve uma invasão brasielira e um recorde de inscritos e concluintes (6.400 e 5.093, respectivamente), firmando a maratona como a maior da América do Sul. Ano que vem deve superar tudo isso e certamente estaremos por lá. A cidade tem inúmeros parques, tem uma vocação para a atividade esportiva e para o turismo, e não há, diferentemente daqui (alô, EPTC!) uma preocupação absurda com o "transtorno" que irá causar ao trânsito num domingo pela manhã. Nossos tecnocratas têm que aprender com los hermanos como é que se faz uma maratona numa cidade que tem o dobro do tamanho de Porto Alegre e que cruza boa parte dela, passando por inúmeros pontos turísticos. Isso só é possível quando se tem a mente aberta e a consciência de que a prática de esportes é um bem para todos, e que deve ser estimulada, mesmo que pareça "um capricho de um bando de loucos que não têm o que fazer." Não é, e certamente quando vemos pessoas de outras cidades vindo correr aqui, gostaríamos de ouvi-los dizendo que o percurso é bonito, que passa por 'n' pontos principais da cidade, ao invés de ouvir "que chato aquele vaivém pelo mesmo trajeto". A lembrança que as pessoas trazem da cidade é a riqueza mais preciosa que ela pode ter. Quem sabe insistindo bastante no mesmo ponto consigamos mudar o pensamento por aqui.

Bom, maiores informações sobre a prova no site do evento.
Mais tarde, outras fotos sobre as incursões em terras argentinas estarão disponíveis no meu espaço do Picasa.

No fim-de-semana, devo tentar dar uma corrida e ver como está a costela, que ainda causa um leve desconforto. Mas é hora de começar a treinar para os cerca de 80 km da 7ª TTT, próximo desafio, ano que vem, em fevereiro.


  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO