segunda-feira, 29 de junho de 2009

42 km na Cidade Maravilhosa




Ontem foi o dia da Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro. Meu retorno às maratonas desde Punta, em setembro do ano passado.

Na verdade, não estava preparado ainda para fazer uma maratona, meu maior treino longo foi de 21km no revezamento da maratona de Porto Alegre, mas tem coisas que a gente não consegue explicar direito... Cheguei a dizer na janta que tivemos no La Mole, de Botafogo: deve ser como crise de abstinência... se não correr, dá uma tremedeira...

Sábado foi correria pura. Tudo é longe no Rio. Talvez isso explique porque eles guiam daquele jeito nas ruas... Direção defensiva acho nem sabem o que é. Parece que está todo mundo alucinado.

Chegamos meio atrasados na retirada do kit, quase perto do meio-dia. Havia uma fila confusa e longa que, só depois de algum tempo, descobrimos que era mais da Family Run e da Meia do que da Maratona. Mas isso a gente só descobre quando está lá na frente, praticamente chegando...

O kit foi bom, embora não houvesse camiseta tamanho "M" para o meu amigo. Não me recordo bem, mas acho que a gente escolhia o tamanho na hora da inscrição... Deram uma revista da Maratona, como é muito comum nas provas no exterior, com bastantes explicações, detalhes e curiosidades sobre o evento. O chip, bem... era meio estranho. E o meu veio trocado com o do Irio. Era meio que um cartão de crédito pela metade. Achei ruim de colocar no tênis. Bem pior que os anteriores da Chip Timing, pretos, de plástico. Me incomodou um pouco durante a prova.

Havia um almoço dos Marathon Maniacs na casa de um na Barra, mas pelas razões expostas anteriormente, não foi possível comparecer. Almoçamos no La Mole da Tijuca, perto da casa de um casal amigo meu que nos acompanhava.

À noite, aí sim, novo encontro com MMs, postulantes a e alguns corredores de Uberlândia também, a maioria estreando na Maratona. Havia até um MM americano, o Jeff (MM 434), que é nível Titanium (33 maratonas em 27 estados americanos diferentes em 1 ano).
(Janta no La Mole em Botafogo)

No domingo, o tempo ajudou. Nada de sol saindo cedo, creio que só foi aparecer, tímido, lá pelo quilômetro 11 ou 12. A largada atrasou um pouquinho, acho que teve a ver com a fila nos guarda-volumes que era grandinha minutos antes das 8h. Uma falha na organização. A maioria das provas encerra o guarda-volumes 15 minutos antes, justamente para evitar a confusão.
(MMs e galera dos Desafio das 6 maratonas 2009 fotografados pelo Pinguim)

Larguei cuidando o Garmin no ritmo de 5:23/km e fui indo assim até onde deu... e isso foi longe. Passei os 21km (não a meia) em 1h53 cravados, o que daria uma maratona mais ou menos em 3h47, 3h48. Logo em seguida, avistei o Írio, que vinha na capa da gaita (pegou um gripão quando chegamos no Rio e passou tomando remédio até o dia). Encostei nele no km 22, dei uma força, logo em seguida chegamos na Lu, fisioterapeuta aqui em POA também, e segui em frente, deixando os outros.

Fomos seguindo por São Conrado, correndo num túnel, os carros passando no nível acima dele. Essa parte é de um visual super bonito da praia. Logo depois, no km 26, tem um início de uma subidinha danada a essa altura do campeonato, com praticamente 3 km de extensão, que eu subi bem, fiquei até animado com isso. E, como sempre digo, tudo que sobe, desce. Mais ou menos no km 30 começamos a descer, e eu me sentia inteiro (dentro do possível, claro) e fiquei até controlando para não me entusiasmar e acelerar demais. (Não posso nem dizer em quanto passei os 30 porque o GPS enlouqueceu depois de perder o sinal no túnel do km 22.) Mas esse sentimento bom só durou até o 33. Ali comecei a ter dificuldade de manter os 5:23/km e a fadiga começou a aparecer, a despeito de ter recém ingerido o quarto sachê de carboidrato em gel. Comecei a fazer os quilômetros a 5:45 e, depois do 36, a 6:15...


(km 31, no Leblon)

Foi difícil chegar. Devo ter pensado umas 123.457 vezes em caminhar, mas segui tirando forças não sei de onde para ir correndo, me arrastando de certa forma, fazendo contagem regressiva para chegar, até que fiz o km 41 em 5:58 e fechei o último, naquele esforço derradeiro, em 5:23, totalizando 3:52:42, 760º lugar dentre os 2.168 concluintes. Tinha traçado uma meta de chegar em 3h50. Nada mal para quem estava com 96,1 kg na véspera da prova, 11 kg a mais do que quando corri Punta e 13 kg a mais do que quando corri no Rio em 2007, quando fiz 3h46. O Írio chegou em 4:00:45, destruído, mas, levando-se em consideração que ele ficou dois dias febril e correu debilitado em função disso e dos remédios, completar já foi uma façanha e tanto.

A prova foi excelente. O abastecimento esteve perfeito, à exceção do primeiro posto que foi meio confuso, quando passávamos novamente pela largada e eu, quando vi, se foi o posto, sem eu tomar nada. Havia muita água em todos eles, hidrotônico em alguns, carboidrato em gel (um cara na minha frente pegou uns 15 não sei para que). Um único porém mesmo foi na chegada, em que o povo que entregava as medalhas não queria se abaixar para tirar o chip do nosso tênis. Pedir para alguém que correu quase 4h fazer isso é quase desumano. Acho que faltou um pouquinho de treinamento para eles. E bom senso também. Ano que vem, se for e estiver dentro do peso normal, a meta é 3h30, 3h35.

Fomos pro hotel depois e dormimos a tarde toda praticamente, só acordamos quase ao final do primeiro tempo do jogo do Brasil. Depois de maratona, em função do esforço do organismo, é difícil ter fome. Mas, depois, quando ela chegou...

Senti poucas dores ontem depois de acordar e hoje pela manhã. Dava até para descer escada numa boa (o maior teste pós-maratona), na maior tranquilidade. Hoje à tarde é que as pernas estavam mais pesadas, mas creio que o voo pinga-pinga promocional da Gol que pegamos contribuiu bastante para isso. Saímos às 9h30 e chegamos às 14h, parando em SP e Floripa...

Pergunta básica e previsível de corredor depois de completar uma maratona: quando é a próxima?


Confira o resultado completo dos concluintes aqui.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Circuito das Estações Adidas - Etapa Inverno



Domingo, teve o Circuito das Estações, etapa inverno, aqui em Porto Alegre.

No sábado, entrega dos kits na Paquetá Esportes do Barra Shopping. Comprei um porta-mandala para colocar as quatro medalhas ao final do circuito. Havia uma coisa interessante, que me arrependi depois de não ter comprado, que era o chip “amarelo” por R$ 50,00. Um chip que fica conosco para sempre e é utilizado nas provas cronometradas pela Chip Timing. Também, para os assinantes da Revista O2 (meu caso) era possível personalizar gratuitamente a camiseta com o nome. Interessante.

No domingo, a infraestrutura do local foi impecável. O local é uma área muito boa para concentração e dispersão. E, mesmo com o aumento de quase 100% de corredores em relação à etapa anterior (e conseqüente aumento de barracas de treinadores) a coisa fluiu bem nesse aspecto.

Uma outra novidade boa para os corredores é que a prova foi dividida por baias/pelotões, ou seja, por tempos obtidos em provas anteriores. Isso evita, em parte, que corredores mais lentos saiam na frente atrapalhando o ritmo a ser desenvolvido pelos demais. Mas, mesmo assim, a divisão da faixa azul (a minha), por exemplo, era para aqueles acima dos 45 minutos e ia até os 55 minutos, ou seja, uma faixa muito ampla, que agrega corredores que fazem 4:30/km até praticamente 5:30/km. É muita diferença de ritmo. Então alguns tiveram imensas dificuldades dentro da própria faixa de tempo, como foi o caso do Bruno.

Outra coisa negativa da prova é que, como o trajeto vai e vem pela Avenida Beira-Rio, e ela foi dividida ao meio para os corredores não se atrapalhassem, isso deixou a via estreita para tanta gente correndo, ocasiando atropelos e confusões até praticamente o km 5, ou seja, metade da prova... Não era fácil desenvolver o ritmo, porque não havia local de ultrapassagem. É uma questão que pode atrapalhar significantemente nas etapas posteriores.

Tirando isso, a prova estava ótima. O abastecimento deu conta do recado, pelo menos para quem corria mais devagar como eu. O tempo também ajudou, embora no começo da prova parecesse que fosse esquentar de modo a prejudicar o desempenho dos atletas, mas não foi isso que aconteceu. Depois da metade, havia um vento (normal do local) que aliviava a dificuldade natural de fim de prova.

Corri os primeiros quilômetros a 4:52/km de média, mas minha parceira de corrida não agüentou muito isso, por uma série de questões pessoais que a envolveram durante a semana, e acabamos dimuindo o ritmo para ela poder chegar sem tanto sofrimento. Mesmo assim, não foi fácil e terminamos em 51:22.

Enquanto eu estiver com esse sobrepeso não adianta querer correr forte, porque não irei conseguir e minhas marcas pessoais nos 10km estão na faixa de 41 minutos. Então, estou bem distante disso para ter objetivos de fazer provas fortes. Prefiro acompanhar alguém que precise. Agora é que vou começar a evoluir. Quem sabe na última etapa já estarei em condições de fazer uma prova mais condizente com o meu passado. Quando a gente volta de lesão, algo que precisamos ter é paciência, muita paciência para não voltar à inatividade novamente ao tentar acelerar o ritmo das coisas. Sem pressa e sem se estusiasmar demais com as melhoras diárias.

sábado, 20 de junho de 2009

Acontece

Recém cheguei do "treino".
Como disse no post anterior, programação de 24km para hoje.

Vamos às desculpas, antes de ir ao fato em si: ontem acordei cedo e fui dormir à 1h da manhã. O celular estava programado para despertar às 7h10, como aconteceu, mas só levantei da cama às 8h30. Comi alguma coisa leve (2 fatias de pão), bebi um suco e mais alguma coisa, me arrumei e fui em frente. Vamos lá para o treino.

O dia estava lindo, muito sol, poucas nuvens às 9h quando saí de casa. Uns 17 graus e subindo com toda certeza. Peguei o calçadão em frente ao Barra Shopping, aqui na zona sul de Porto Alegre, e fui por ele. Cansado. Corri 900m e desisti. 905 para ser mais exato. Não iria agüentar.

Era um dia ótimo para um treino que gostaria de fazer. Só ando correndo à noite, com frio, queria poder correr com sol, sentindo o que acontece quando a temperatura sobe. Como reajo. Mas ficou para amanhã no Circuito da Adidas.

Mas uma lição foi básica: o treino de quinta foi puxado e o meu corpo ainda não estava refeito dele, por isso que senti o cansaço logo no início. Por essas e outras que sempre defendo que não dá para correr muito mais que 2h nos treinos para as maratonas: porque a demora para se recuperar dele não compensa o esforço. Ainda mais quando a gente corre forte como foi o meu caso na quinta. Não deu para se recuperar e ir para outra. Acontece. A gente tem que entender isso. Que nem tudo sai conforme o planejado. Mas amanhã já estarei bem, talvez justamente por essa razão, por não correr hoje.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ontem à noite

Saí para correr ontem à noite. Estava meio friozinho. Saí com uma camiseta (dessa foto) e outra de manga longa, de algodão, por cima. Ainda meio na dúvida se não ficaria com calor. Estava uns 15, 16 graus.

O plano era correr 24km a 5:30/km. Logo no primeiro quilômetro, já estava a 5:00. No segundo, idem. Eu até tentava me policiar para correr mais devagar, mas achei que estava mais ou menos tranquilo e que dava para seguir nesse ritmo. E fui até o km 11 desse jeito. Fiz em 55:15. Tinha mais um para ir antes de voltar, mas o quilômetro já era meio longe (ok, eu sei que 1km é um 1km) - no sentido que tinha que sair um pouco da logística, dobrar aqui, subir ali e ficou meio fora de sentido em relação ao resto do treino.

Comecei a retornar e o cansaço deu as caras. Já percebi que dificilmente faria os 22km que tinham sido replanejados. O jeito era tentar ir até onde desse. O ritmo estava forte prá mim. Mas segui nele. Às vezes a gente tem que ser teimoso no treino. Mesmo que corra uns quilômetros a menos por conta disso.

No km 15 dei uma parada para beber o isotônico e tive que tirar a camiseta de manga longa. Amarrei-a na cintura, mas não deu muito tempo e ela foi caindo, caindo, caindo, que precisei pegá-la na mão. Para quem já estava bem cansado, mais um complicador. Mas consegui chegar puxando um pouco no último quilômetro, o 18. Terminei em 4:34, 1h30min23s no total. Atalhei depois pelo meio do Parque Marinha do Brasil e, ainda assim, esse atalho significou mais 2km até meu ponto de partida inicial, o escritório. Mas foram 2km lentos, a 5:35/km. Não deu para cumprir o planejado inicialmente, mas saí satisfeito. Deu média de 5:01/km.

Vamos ver se amanhã, sábado, consigo correr 24km, mais lento de preferência, porque no domingo ainda tem 10km no Circuito das Estações da Adidas.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Equipe

Como eu disse em outro post, quando entramos numa equipe precisamos ver a dimensão desse ato. Evidentemente que os objetivos são pessoais, mas é necessário perceber que outras pessoas existem e que estão em volta, com objetivos parecidos. E que política de boa vizinhança não faz mal a ninguém.

Os revezamentos são os grandes responsáveis por esse boom no segmento de corridas e nas equipes. Em grupo, é mais fácil de se criar uma equipe de 4 ou 8 componentes para participar do Mountain Do, por exemplo. Sozinho, sem equipe, até posso conseguir juntar os amigos, mas, convenhamos, é bem mais complicado.

Houve uma época em que sempre que alguém ficava sabendo que eu correria, lá vinha a pergunta: “Tu corres por qual equipe?” Parecia um espanto dizer que corria por conta, sem orientação. Não acho que seja prescindível a questão do técnico, mas creio que, no nível de experiência que tinha, sinceramente, entrar ou não numa não me faria diferença. Entrei porque queria contato com outras pessoas, já que trabalhava praticamente só com minha funcionária o dia todo.

Uma coisa que incomoda alguns é a questão de seguir o treinamento à risca. Eu sou contra. Penso que os treinamentos devem ser prazerosos. Óbvio que um dia ou outro a gente vai lá meio que na obrigação de correr, mas isso não pode se tornar constante. A satisfação em correr precisa ser bem maior do que a incomodação de ter que cumprir alguma planilha rigorosamente.

Creio que seja importante nos treinos coletivos as pessoas interagirem, verem como o colega está se saindo nos treinos, trocar experiências, ver o que ele tem acho dessa brincadeira toda. E também ver se a gente tem condições de viver em harmonia com os colegas da equipe. A razão precípua de uma equipe é agregar, somar esforços. Nem todo mundo se dá conta disso. Ou é capaz.

Dia dos Namorados

Embora tenha havido uma proliferação de corridas pelo Brasil afora, o universo das passadas ainda carece de algumas provas criativas e com espírito diferente, apesar de que até existem algumas como o Circuito Vênus, só para mulheres.

Por exemplo: hoje, 12 de junho, Dia dos Namorados, poderia haver uma prova alusiva à data, com premiação especial a casais que completassem juntos a prova ou algo similar. Embora não tenha uma namorada no momento para me acompanhar, acho que não custa sonhar com uma prova assim, né?

Na Europa, muito provavelmente, deve haver alguma prova do gênero. Aqui, pelo que vasculhei, não há. E a ideia nasceu agora, no meio do almoço, comendo uma a la minuta com feijão, louco de frio com esses 10 graus.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Maratona do Rio de Janeiro


No final do mês, dia 28, ocorre a Maratona do Rio de Janeiro.

Perguntaram-me, outro dia, se era mais fácil ou difícil que São Paulo. Olha, só corri uma vez no Rio e duas em São Paulo. Apesar de ter feito 3h46 na Cidade Maravilhosa e 3h34 e 3h35 em Sampa, acho que o Rio é melhor de correr.

São Paulo é cheio de sobe-e-desce, entra-e-sai de túneis, e acho que o clima quente e úmido é um fator pior do que o calor do Rio, que, a meu ver, é um calor mais “ameno”. No Rio, o trajeto não quebra o ritmo como em São Paulo. Vai-se costeando a praia praticamente até o fim. Só lá pelo km 40 é que saímos da orla para pegar o caminho da chegada. Nesse aspecto, um ponto positivo.

No Rio, em 2007, cometi um erro que me custou caro. Esqueci de tomar o carboidrato em gel no km 32. No 37, minha energia se foi... do nada. Aí foram 5km intermináveis... Essa é questão que sempre devemos evitar numa maratona: que o ritmo caia drasticamente a ponto de ser um mega sacrifício terminar os últimos quilômetros.

É aquela tecla na qual eu bato sempre: não adianta sair 10, 15s mais rápido no início, porque, lá no final, o preço a ser pago será maior que o economizado no início. Então, se eu treinei e quero fazer uma maratona em 3h30, tenho que sair a 5min/km, não menos. Não haverá mágica no dia da prova que faça algum milagre. É uma questão matemática. É só analisar.

Bom, o Rio, dia 28, tem um percurso muito bonito, com o mar ao lado direito quase o tempo todo. Para quem consegue prestar atenção e se concentrar na prova ao mesmo tempo é uma linda paisagem. Vale a pena.

  ©Template by Dicas Blogger.

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