sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Tênis





Muita gente que está começando a correr (ou “leiga”) me pergunta: “Qual é o melhor tênis para correr?”
Não existe o melhor. Cada pessoa tem o seu preferido, de acordo com o seu gosto e as suas necessidades, e em função de sua passada (neutra, supinada – para fora ou pronada – para dentro).

Houve um tempo que eu praticamente só usava Nike. Lá por 1999-2003. Havia um modelo de neoprene, sem costuras, que não machucava em lugar algum, chamado Presto, que, para mim, é o melhor tênis que eu já tive na minha vida e, com ele, fiz meus dois melhores tempos em maratona (3:11 e 3:13). Mas tive inúmeros tênis bons da Nike nesse período (principalmente da linha Zoom, que eram mais específicos para provas).

Depois eu comecei a usar Adidas e fui dando sorte de aparecer alguns modelos bonitos que se adaptaram bem a mim. Só tive um Asics, o Kayano XI, que achei super bom de início, mas, depois que comprei um Adidas Supernova Cushion e um Adidas Adizero SN, eles me fizeram esquecê-lo completamente, porque a forma deles era mais estreita e acabou deixando o Kayano com jeito de “bota” de tão largo. Na única maratona que usei-o, “quebrei”. E, depois, toda vez que usava-o, sentia dores no joelho direito. Então foi a deixa para dá-lo, mesmo quase inteiro externamente como estava.

Eu sou pronador (95% das pessoas são), mais no pé direito (o esquerdo é praticamente neutro) e, pelas indicações, devo usar um tênis de controle de movimento, que nem o Kayano ou o Adidas Supernova Control (rebatizado agora de Sequence). Eu até comprei-o, acho-o excelente, mas tênis novo é que nem sexo: mesmo quando é ruim, tá bom. Então é preciso de mais um tempo para uma opinião mais definitiva e melhor alicerçada.

É preciso ter, preferencialmente, sempre uns 3 pares de tênis para correr para revezá-los, mesmo porque eles molham pela chuva ou pelo suor mesmo, além de que o amortecimento também precisa descansar. Tá bom, comprar 3 pares sai caro, mas isso é só uma vez, depois é só ir intercalando e comprando outros pares para aposentar os velhos. Uma coisa que eu acho importante é a gente comprar um tênis antes de precisar realmente dele. Assim, compra-se mais barato do que na necessidade. Um Kayano, por exemplo, custa cerca de R$ 450,00 e pode ser comprado por R$ 299,00 em promoções, principalmente na troca de modelo.


Não acho que valha a pena pagar R$ 500,00 por um tênis. Tem gente que diz que é melhor gastar no tênis do que na cirurgia de joelho depois, mas um tênis de R$ 250,00, R$ 300,00 muitas vezes não deve nada àquele mais caro e pode-se comprar dois pares... o dobro do rendimento. E, como eu disse, se a gente aproveita as promoções sai ganhando bastante. No exterior, um tênis bom custa cerca de 100 dólares. Isso é um bom parâmetro. Muito mais que isso, estamos sendo roubados. Aquele Adidas Adizero SN citado anteriormente comprei em SP por R$ 130,00 (em maio de 2006) quando valia R$ 350,00. Me arrependo até hoje de não ter comprado mais um dois pares. Ele está aqui em casa quase se arrebentando no tecido, mas firme e forte no desgaste do solado, mesmo com 800km rodados.

Outra coisa importante é ter um controle das corridas com cada tênis. Tudo bem, vão me chamar de louco, paranóico ou coisa do gênero. Mas se a gente não controlar, quando vai saber que ele precisa ser aposentado? Só na aparência? Tive um Nike que aposentei quando tinha 1.200km, simplesmente porque ele estava me dando dores no joelho, muito provavelmente porque o amortecimento havia-se ido, mas na aparência qualquer um diria que estava ótimo. Dá para fazer isso numa planilha de excel, mas têm sites (WebRun, O2, Contra-Relógio) que provavelmente têm ferramentas mais simples e práticas.

Quando a gente vai comprar um tênis também é interessante tocá-lo internamente, ver o material que o compõe, sentir se há alguma costura que possa eventualmente incomodar no futuro. Depois de um tempo a gente aprende onde aperta o sapato... Se prestarmos atenção, veremos que um Nike Vomero, um Mizuno Nirvana, um Asics Kayano ou um Adidas Adistar têm acabamento muito melhor internamente, com tecido que deixa o calce bem mais confortável, e uma palmilha superior aos demais. Não é à toa que custam mais.

Por último, salvo aqueles atletas com biotipo de queniano, todos nós temos que comprar tênis “pesados”, que têm mais amortecimento. Tênis leve é para quem é muito, mas muito leve. Ou, especificamente, para o dia de prova. Mas, se a gente é pesado, esqueça, nem para esse dia. O sol não nasceu para todos.

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