Mais uma Maratona de Porto Alegre
Domingo, 23 de maio, 6h da manhã. Ainda era uma escuridão quando chego na nossa barraca armada no Parque da Harmonia, para minha 18ª participação na Maratona de Porto Alegre.
Não dormi tudo que queria, mas também não foi insuficiente. Despertei umas duas vezes durante a noite, fruto da ansiedade e expectativa naturais diante do evento, mas foi só uma questão de virar para o lado e voltar ao descanso.
O dia não amanheceu como seria o ideal para nós maratonistas. Temperatura agradável, com algum vento, céu encoberto e instável, mas não aquele frio que deveria estar nessa época do ano.
Às 7h em ponto, deu-se a largada feminina. 15 minutos depois, largamos nós, homens, e o povo do revezamento em duplas.
Saí com o Zé Luiz, meu amigo carioca, para fazer a média de 5min/km. O primeiro já não deu por conta do tráfego intenso e a via estreita na Loureiro da Silva, mas nos 2 ou 3 seguintes conseguimos ajustar isso. O Pedro da Conceição logo em seguida juntou-se a nós.
O começo de maratona sempre é muito tranquilo. Os quilômetros passam ligeirinho. Quando a gente vê já está no 10. Fizemos em 49:43. Bem dentro do previsto. Vez que outra, a gente dava uma aceleradinha por conta de alguma descida, e eu ficava dando pito nos dois, para a gente maneirar.
Logo no retorno da Goethe (km 11 ou 12) enxergo o Edson, o Alessandro e o Valdomiro, mais ou menos juntos, dois deles, a meu ver, mais rápido do que deviam. Esse ponto do trajeto, na minha ótica, é um dos piores, porque tem subida para chegar na Vasco da Gama, durante ela, e depois quando ingressamos na Goethe e viaduto da Silva Só. Claro que comparando Porto Alegre com Porto Alegre, porque com as outras maratonas, aí é filé mignon.
Já na Botafogo, lá pelo km 15, a Esa passa de bike por mim, em busca da Bina e da Bruna, que estavam mais à frente. Passamos pelo Shopping Praia de Belas e ainda na avenida homônima encontro a Nara, na altura do km 18. Pergunto se está tudo bem, ela me responde afirmativamente e sigo em frente, já imaginando que encontraria a dupla de pupilas logo em seguida.
Nesse ínterim, o Pedrão já não nos acompanha e fica pouquinha coisa para trás quando ingressamos na João Alfredo. Retornamos à avenida Loureiro da Silva e vamos em direção ao Gasômetro, já quase chegando na meia maratona, onde havia a troca do revezamento. Lá ouvi uns 2 ou 3 gritarem "Baldi!", mas não me perguntem quem, porque não consegui identificar voz e localização (muita informação ao mesmo tempo) no meio do povo que lá estava. Do outro lado da rua, a "negrinha" e mais alguém que a minha memória não lembra dando aquela força. E nada de encontrar as gurias...
Quase no 24, a Esa passa novamente de bike, e eu já avistava as duas, e só pela passada já dava para ver a Bruna estava cansadíssima. Alcanço-as, a Esa tira uma foto de nós 4, e eu e o Zé seguimos em frente. Mas ele também já dá sinais de cansaço.
Mais alguns quilômetros e já estamos no Barra Shopping, onde passamos o Júlio Cordeiro, dentista e marathon maniac pernambucano. Um pouco mais à frente, encontramos o João Batista, super bem, dentro do contexto de alguém que havia feito, no dia anterior (!), a K42, em Bombinhas-SC. Mais à frente, a Lu Santana também.
O Zé dizia desde mais ou menos o 30 (passamos em 2:29:26): "Vamos ver se conseguimos manter 5 por 1 até o 35, se der, e depois acho que vou ter que baixar, porque tá difícil para mim." Só que, como alguns sabem, eu dou umas "enroladas" psicológicas nas minhas parcerias... e assim fui conseguindo levar o Zé a subir a Wenceslau, que é uma parte ruim àquela altura da prova, dizendo que logo em seguida havia uma descida e a gente descansava... E assim chegamos no 35 (2:54:38).
Pegamos a Diário de Notícias, onde me pareceu que estava bem mais quente, e a Lúcia nos encontrou no km 36, no Barra Shopping, para o suporte da nossa campanha "Adote um maratonista". Pedi um "Twix", que eu adoro e já tinha deixado separado na mochila, e que pareceu que era o mais adequado para aquele momento, já que não estava muito a fim de tomar mais um gel (já havia tomado 3 - no 10, 20 e 28). Vou dizer que não é muito fácil ficar mastigando chocolate enquanto a gente corre, mas acho que caiu bem, pelo menos no plano mental. Se ajudou fisicamente, realmente não sei.
O Zé já tinha me mandado ir embora umas 40 vezes até ali, mas a gente estava praticamente entrando na Beira-Rio para os últimos 4 km, não seria agora que eu iria largá-lo por conta de 2 ou 3 minutos a menos. E eu seguia "castigando-o", puxando o que dava, e ele reclamando de dores na posterior da coxa. Mas era o jeito de chegar...
O ritmo caiu um pouquinho já que ele não suportava mais os 5min/km e para mim também já havia deixado de ser confortável há muito tempo. Fizemos dois a 5:16 e 5:15, respectivamente, e ele reclamando muito de cãibra. Os últimos dois acabaram sendo em 5:29 e 5:34, o que foi extremamente tranquilo para mim na reta final, e concluímos em 3:34:11, 281º e 282º dentre os 1.119 homens que terminaram a prova.
Pouco depois de 5 minutos, chegou a Bina, fechando em 3:55, o que a deixou extremamente contente. A Bruna, apesar de não completar a meta da 4h (fez 4:12), também chegou feliz com a missão cumprida. E vale ressaltar o desempenho do Mário: 3h05, o que não é para qualquer mortal. Mas, amigo, te disse que conseguias.
Dentre mortos e feridos, gritos e gemidos, acho que todos saíram contentes com o desempenho, mesmo nem sempre sendo o esperado. É bom lembrar que não fez os 14, 15 graus que normalmente habitam POA nesse período. Aí o negócio é esquecer as metas e fazer o possível, ou seja, chegar. O que não é pouca coisa. E, claro, agora é treinar mais e melhor para a próxima, porque, a cada dia que passa, sempre é possível melhorar alguma coisa.
No meu caso, a melhora já tem dia, hora e local marcados: 18 de julho, 7h30, Cidade Maravilhosa. Quero fazer abaixo de 3h30, nem que seja um segundo... e depois melhorar bem mais para Buenos Aires, dia 10 de outubro.
Agradecimentos ao Matias, Japa, Lara pelas fotos.
Parciais:
km 1- 5:08
km 2- 4:57
km 3- 4:53
km 4- 4:56
km 5 - 4:56
km 6 - 5:00
km 7 - 4:56
km 8 - 4:56
km 9 - 5:01
km 10 - 4:57
km 11 - 4:55
km 12 - 5:01
km 13 - 4:54
km 14 - 5:00
km 15 - 4:58
km 16 - 4:59
km 17 - 4:51
km 18 - 5:04
km 19 - 4:59
km 20 - 4:55
km 21 - 4:58
km 22 - 4:59
km 23 - 4:54
km 24 - 5:00
km 25 - 5:03
km 26 - 4:59
km 27 - 5:00
km 28 - 5:10
km 29 - 4:57
km 30 - 4:58
km 31 - 5:02
km 32 - 4:57
km 33 - 4:58
km 34 - 5:03
km 35 - 5:09
km 36 - 5:00
km 37 - 5:07
km 38 - 5:16
km 39 - 5:15
km 40 - 5:26
km 41 - 5:29
km 42 - 5:34
(total 42,47km)
6 Comentários:
Muito bom. Faz parecer fácil correr a 5min/km. A parceria com o Irio acabou? Abraço. Miguel Delgado.
Muito bom seu tempo!! No Rio a coisa é diferente pelo calor e umidade hein...se conseguir manter esse pace, será sensacional. Estaremos por lá.
Ricardo,
Já corri 2 vezes no Rio. Nas duas, não sei o que acontece que no 36 minhas forças se vão...hehehe
Vou mudar essa história esse ano.
Miguelito,
Não é difícil correr a 5. A questão é que, a cada ano que passa, parece que a gente tem que se esforçar mais prá repetir o ano anterior...
O Irio está com um problema de lesão. Coisa de gente cabeçuda, sabe? Daqueles que não dão o tempo necessário para se curar direito e já saem correndo como se nada tivesse acontecido...
Ele fez o revezamento. Tomamos um café ontem e me prometeu que vai parar por uns 10 dias pelo menos. Vamos ver se cumpre. Em outubro, iremos prá Buenos.
E aí JC,
Eu também corri em POA, e procurando fotos encontrei o teu blog, e por incrível que pareça na segunda foto da postagem eu apareço logo atrás de você, (camiseta e boné laranja).
Parabéns pela corrida.
Mais sobre a corrida em mais de 500 fotos, visite http://www.sandro-cabral.blogspot.com/
puxa, parabéns, viu!!! adorei sua narração da corrida, recheada de detalhes... maratona a 5min/km... e eu querendo correr 10km nesse ritmo!
jc foi um ótimo pace, bem consistente.
parabéns.
valeu!
nadais
Postar um comentário
Não perca tempo. Corra para comentar, antes que outro chegue antes!