quarta-feira, 25 de abril de 2012

Gramado Adventure Running 2012

 

Sábado, subimos a serra para a prova em Gramado. Saímos às 7h e pouco. Chegamos lá por volta das 9h.
Tudo tranquilo para pegar número e chip. A camiseta e o resto do kit havia pegado na Paquetá do Iguatemi na quinta à noite.

A largada mudou de local em relação ao ano passado, o que me pareceu melhor. Deixamos a Bruna ali e fomos para o trecho 2. Na verdade, nem precisava, pois dá tempo tranquilo de ver a largada e ir para o posto de troca, mas...

A Bruna fez um pouquinho pior do que costuma fazer (já correu 2x o mesmo trecho), mas, nesse ano, havia 1km a mais do que nos anteriores. E era 1km a mais de subida, o que piorou a média. Conheço-a suficientemente bem ver que tinha sofrido mais quando chegou para a troca. Estava menos treinada, mas mesmo assim correu bem, só não tão bem quanto outras vezes.

Saí para fazer o trecho da fazenda correndo atrás do povo das duplas que já estava na frente, inclusive a feminina, já que, por exemplo, a Bina (que fazia dupla com a Manair) fez o trecho absurdamente bem (como toda a prova). Mas a Manair eu alcancei em seguida, já quando dobrávamos à esquerda, entrando no que já acho que era a área da fazenda. Estávamos subindo, o Álvaro me alcançou e seguimos juntos até o final da trilha.

Aí veio o asfalto. E a confusão. A minha lembrança (já fiz 2x o trajeto) era que devíamos ir para a esquerda. Entramos à direita. Ok, o trajeto mudou. Logo à frente, posto de água. Seguimos em frente. O Álvaro, pouco antes, perguntou: "Dobramos ali (no posto de água)?" "Acho que sim." Creio que também disse a ele que não lembrava daquela parte. Mas não dobramos, seguimos em frente ao asfalto e depois havia uma placa "FIM DO ASFALTO". Ainda pensei: "Como se fosse preciso avisar que o asfalto acabou..." O Álvaro ficou uns metros à frente. Pouco antes, o km fechou em 4:41 e eu pensei "Está forte demais, pois ainda tenho 2 trechos e ele só vai correr mais 1." Então segui no ritmo que achei que era o mais correto. Entramos na estrada de chão batido, que tinha uma subida considerável e, quase lá no alto, vem uma tropa de mais ou menos uns 30 corredores. O idiota aqui ainda pensou: "Mais à frente deve ser o retorno, mas esses caras correm muito mais que eu..." Foi então que começaram a dizer que não era por ali, que o percurso estava incorreto...

Bom, desânimo total. Lembro que todo mundo começou a ir num trote mais ou menos junto, e passou um carro de alguma equipe de apoio gritando que deveríamos ter entrado à esquerda (lá onde citei antes). O pessoal ainda desceu e ia em direção ao asfalto do lado direito, quando esse carro gritou que era à esquerda... Todo mundo voltando de onde havia passado... nisso enxergo o Daniel (organizador da prova) conversando com o cara da água. Ali parece que deveria ter sido o retorno. De qualquer forma, do meu ponto de vista, ir até ali e voltar é um erro. É uma chance de dar algo errado. Como deu. É que nem eu digo aqui no escritório quando colocam uma xícara na ponta da mesa: alguém uma hora vai bater, ela vai cair e quebrar.

Moral da história: corri uns 2,2km a mais, pelas minhas contas. Mas o problema nem foi esse. Foi que isso estragou a prova. O comentário majoritário do povo que corria era de que seria necessário anular o trecho. Provavelmente a decisão mais lógica, mas, mesmo assim, injusta e que não corrigiria o que aconteceu. Nada corrigiria.

Muitas pessoas foram sendo avisadas no meio do caminho de que o trajeto estava errado. Algumas foram até o posto de água, outras voltaram antes. Teve gente correndo 6,5 km, eu fiz 10,93 e outros fizeram até 7km a mais. Quanto mais à frente a pessoa estava, mais prejudicada foi. Quem vinha mais atrás acabou se beneficiando. E eu, depois disso, não mantive mais o ritmo que fazia. Não vou colocar a culpa de correr mal no erro do trajeto, mas que o ritmo caiu depois disso, isso sim, basta ver a estatística do Garmin aí embaixo. Tudo bem, havia subidas, mas desmotivou total. Todo o pessoal que largou atrás de ti estava a maioria agora à frente.

Sofri até chegar o próximo ponto de troca, que era nos Móveis Lustro. A Bruna ainda perguntou diante da confusão: "Eu preciso correr mesmo?" "Vai", eu disse. O trecho dela era curto, de modo que mal chegamos lá (quase no Parque do Caracol), não deu acho que nem 5 minutos e ela chegou (fez em 38 ou 39 minutos). Saí atrás do Dani (que fazia dupla com a Dalila), mas logo o alcancei (ele dobrava o trecho) e seguimos juntos até o Parque da Ferradura. Ele até me disse "não te prende por mim" uma hora, mas acho que precisava de companhia. Não foi um bom dia.

No retorno da Ferradura, havia uma subida forte e ele abriu uns poucos metros. O suficiente para a gente não ter mais contato, pois quando começou a ser possível correr ele se foi e eu fiquei. Aí abriu a porteira e houve o estouro da boiada: um festival de gente me passou. Eu só caminhava. Acho que, quando tinha uns 8km (dos 12 do trecho), o Clênio chegou também em mim e disse algo como "aproveita a descida". Que descida b _ _ ta nenhuma. Não tinha o menor ânimo, o corpo todo doía nem sei do que exatamente. Mas aí gritei para ele e depois alcancei-o e repeti: "Fala para a Bruna que se ela não estiver bem e não quiser correr o último trecho, tudo bem, porque eu estou mal e vou me arrastar no meu." E ele foi embora.

Então, faltava menos que 1 km quando o Rodrigo também me alcançou e me acompanhou até o final. Quando passamos pelo Caracol, já deu ver a Bruna me esperando antes do ponto de troca, o que indicava que ela estava propensa a me acompanhar na desistência. Cheguei nela, fizemos uma reunião rápida (como tu estás? vamos parar? que que tu achas? eu não consigo dobrar. vou me arrastar. já estamos mal mesmo. desistimos? então paramos.) e então paramos mesmo. Não foi literalemente assim, mas foi mais ou menos isso.

Fiz 1:23:42 nesse trecho, como pode-se ver aí abaixo. Um fiasco total. Ano passado (que já havia corrido mal) foi 1:12:56 e no anterior, quando ganhamos na dupla, foi 1:02:02 para 11,36 km - média de 5:28).

De modo que paramos, portanto. Minhas costas doíam muito. E minhas coxas também, coisa que só acontece quando estou estressado no escritório.
Difícil encontrar uma explicação simples para correr tão mal. Sempre o que acontece, para o bem ou para o mal, é um somatório de diversos fatores.

Não dormi bem na noite anterior. No fim-de-semana, onde moro, há sempre muito barulho, porque é a subida da Lucas de Oliveira. Os carros embalam, correm, cantam pneu, acontece de tudo. E sempre tem umas turmas que passam gritando, fazendo algazarra, bêbados, de modo que acordei diversas vezes durante a noite. Viro para o lado e durmo, ok, mas foi um sono interrompido a todo momento. Terça havia feito um treino excelente, quarta um péssimo, pois tive muitos problemas durante o dia, dos quais não consegui me desvencilhar na hora de correr. Sexta à tardinha e à noite fui diversas vezes no banheiro. Isso pode ter me deixado fraco para sábado. Aí erram o percurso e estragam a corrida... tudo isso, somado, deu numa prova péssima. 

A sorte é que a Bruna foi compreensiva, sabe que eu corro bem melhor do que isso, confia bastante em mim e viu que para eu querer desistir é porque realmente não estava em condições. Tanto que disse que, em uma situação normal, o cara da dupla que ganhou não correria tão mais do que eu... Exageradamente enchendo a minha bola.

O jeito agora é se recuperar no domingo, na Meia do Corpa.

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