segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Como foi a TTT

Mais cedo, na sala de justiça... escrevi que a TTT era dia 28 de janeiro. Foi. E foi acima das minhas expectativas. Realmente não esperava ir tão bem, pois não treinei o suficiente. Mas, uma prova que dá chance de a gente descansar um pouco, antes de recomeçar outro trecho, ajuda bastante.

A prova foi bem boa em termos gerais. O kit foi aquela coisa de camiseta de poliamida. Teve duas até, pois a primeira (azul) parece que não estava nos padrões de qualidade do Corpa (humm...sei). Uma outra, branca, também foi fornecida. Era pouco coisa mais leve. Deve residir aí o quesito qualidade.

Algo bacana foram as tendas nos postos de troca. Isso garantia uma sombra, mesmo que mínima, e, principalmente, uma melhor organização no fornecimento (e controle) da hidratação, garantindo água e isotônico geladinhos.

Não posso falar da parada técnica, pois não participei da mesma, nem do coquetel. Descansava no apartamento do Claiton em Capão da Canoa naquele momento.

A prova tem uma ideia legal, que é a parada ao meio-dia. Obviamente, é mais por questão de necessidade (não gerar transtorno com os banhistas) do que propriamente "sacada genial". Do meu ponto de vista, é um diferencial, uma forma de gerar atrativo, de mobilizar as equipes. Mas... (primeiro a gente acaricia, depois bate) creio que deve ser revista a tolerância para menos na chegada. 

Na teoria, todas as equipes devem chegar ao meio-dia na parte da manhã. De acordo com seus integrantes, calcula-se um tempo de largada que feche com a chegada ao meio-dia. Só que há uma tolerância de meia hora, para cima ou para baixo. Dá para chegar das 11h30 às 12h30. Como o Brasil é o país do espertinhos, que sempre querem levar vantagem, muitos sacaram que, se chegarem perto das 11h30, são triplamente favorecidos: saem com meia hora a menos de sol, chegam com menos meia hora de sol e tem mais meia hora de descanso para a parte da tarde. Só olhei as duplas e não foram poucos os que chegaram entre 11h30 e 11h35. Uma margem de erro considerável, se levarmos em consideração que são apenas 2 corredores e que, mesmo correndo bem, ninguém faz mágica. E, principalmente, desvirtua a ideia inicial que é chegar ao meio-dia.

Minha sugestão, portanto, é que diminua-se para 15 minutos a tolerância de chegada antes. Pelo menos nas duplas. Isso torna mais justa a disputa.

Quanto à prova: o Claiton fez os trechos ímpares e eu os pares. Ele correu 3 pela manhã e eu 2. Largou 7h28 e levou menos de 1h para terminar o primeiro trecho dele, que tinha 12 km e alguma coisa. Quer saber a distância correta? Procura no site do Corpa. Eu não tive competência e/ou paciência para achar.

Meu primeiro trecho foi de 10,1 (50:09 para 10,23 no GPS do celular - que sempre melhora minha performance...). De modo que fiz 5:00/km no site oficial do Corpa e 4:54 segundo meu celular camarada. Fiz os primeiros 6km constantes e acelerei nos últimos 4 (4:44 o último). Passei para o Claiton que sentiu um pouco e quebrou o ritmo no km 8, chegando um pouco acima do previsto.

Meu segundo trecho era o que eu mais temia, pois era comprido (12,2) e no auge do calor (10h30 da manhã). Não dava para chegar cansado, pois ainda restariam dois para a tarde. Pensei: vou no ritmo de 5:00/km até o km 8 e depois acelero. E foi exatamente isso que fiz. O últimos 4 km foram (4:44, 4:44, 4:42 e 4:34). Fechei em 1:00:40 os 12,4 km que o celular camarada marcou. 

Cheguei, o Claiton não estava no momento, pois havia ido trocar a bermuda. Prefiro não me alongar nos detalhes de tal atitude. Pode soar como homofobia. Ele correu o último trecho da manhã, de 8km e pouco, mas sentiu novamente o cansaço, teve algumas dores e terminou com 5 minutos a mais do que o previsto. Fechamos a primeira parte da prova às 12h08. Rumamos (eu, Claiton, Bruna, Rodrigão e Jorge) para o apartamento do Claiton em Capão, onde tomamos um banho (eu e ele - separadamente, lógico) e descansamos um pouquinho.

A largada à tarde não foi aquele primor de organização, mas é preciso entender que às 14h a praia está cheia (de gente querendo pegar câncer de pele) e que o espaço para a largada acaba sendo prejudicado. Como todos largam junto, fica uma muvuca inicial, mas nada muito absurdo que mereça reparos e críticas. Há que se entender a questão. Pelo menos aqueles que têm bom senso. 

Larguei forte (o trecho era curto, 6km e um pouco), pensando: "Vou fazer meu melhor aqui e azar do último trecho. Não irei quebrar nele depois." Fiz praticamente todos os quilômetros iguais e fechei os 6,92 km (medidos pelo Garmin da Bruna - outro amigão) em 32:50 (4:45/km). O tempo oficial no site (malvado) do Corpa foi 32:44, mas eles não aferiram o trecho certo até hoje. Todo mundo diz que tem quase 7 (6,92) e eles dizem que tem 6,5. De modo que minha média no site está pior. Mas boa igual.

O Claiton correu (???) o último trecho dele em 44:02 (5:24/km). Assim, todo aquele povo de quem eu abri distância no primeiro trecho da tarde já estava na minha frente novamente... (brincadeira, amigo)

No último trecho, senti cansaço, as pernas pesadas, mas a cabeça seguia forte. Não foi lá muito fácil, porque não tive como acelerar no final, como nos 3 trechos anteriores, mas deu para fechar na média (41:33 para 8,3km). O único trecho em que GPS e Corpa se deram as mãos.

Não falei antes, mas o dia ajudou, dentro do contexto de estamos no verão, claro. Teve sol, calor, mas havia um vento lateral que amenizou tudo isso. 

Ficamos em 12º lugar nas duplas masculinas, das 28 inscritas. Ou 27... havia uma que não constava na listagem dos inscritos e chegou em quinto. Não questiono nada, só acho que, se a listagem estava incompleta, corrija-se para não levantar questionamentos descabidos. Se a gente fosse 6º... bom aí....confusão armada.

Dá para fazer uma prova de duplas assim? Dá. É muito sofrido? Olha, o meu sofrimento foi mais de não ter passado protetor nas panturrilhas do que dor muscular em qualquer local. Muito do "segredo" da corrida está em nos conhecermos bem. Em sabermos o que no nosso corpo aguenta, como ele responde a determinados esforços. Saber conhecer-se é fundamental. E não só na corrida. Mas aí já não é tema do blog...

Saber se conhecer demanda saber se pode encarar uma prova qualquer, seja ela a distância que for. Eu acho que todo mundo pode testar qualquer distância uma vez na vida sem estar devidamente preparado, como desafio, mas é preciso saber que o sofrimento será grande e que se preparar é bem mais sensato. E que, além das dores do corpo, será preciso lidar com a dor da frustração depois. Que pode ser bem maior. Conheço muita gente que não faz mais maratona por causa disso. É preciso fazer as coisas com prazer. Pelo gosto de fazer.

A Bruna, pedalando do meu lado e me vendo correndo bem, perguntou em certa hora: "Tu não farias toda a prova sozinho, será?" Não, respondi. Não faria. Corri bem? Corri, mas fiz meu feijão-com-arroz. Para correr sozinho, seria preciso muito mais que isso. Muito mais para o qual não treinei. Ter consciência do que a gente pode é um começo.

A ela (Bruna), ao Rodrigo, ao Jorge, ao Daniel e ao Claiton meus agradecimentos pela parceria na prova. Estar numa equipe tem vantagens nessa hora, mas isso só é possível porque o espírito de uma existe na nossa. Mesmo sabendo que não ganharíamos nada, todos se envolveram de coração, se doaram, deram seu máximo. Saber que podemos contar com outras pessoas é algo muito valioso. Muitas vezes a gente esquece.

Até a próxima.



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