10 Milhas Subway Poa Day Run
Dia 14/8 (é, faz tempo) corri as 10 Milhas Subway, com largada no Barra Shopping.
Começando pelo começo: corri mal as 10 Milhas da Puma, 1 mês antes (10/7). Aliás, minhas corridas andam super irregulares. Uma hora corro bem; outro hora, mal. Existem 2 segredos básicos para correr legal: o primeiro, lógico, é treinar. O segundo é estar focado mentalmente, em condições psicológicas boas, sem grandes problemas te angustiando a cabeça.
Bom, mas todo mundo tem os seus obstáculos pessoais.
E existe uma coisa que, infelizmente, tem acontecido muito no mundo moderno: as pessoas torcem para que a gente não se dê bem. Parece que isso dá prazer. A riqueza e/ou sucesso de alguém causa inveja, como se o felicidade dos outros fosse parâmetro para a nossa. Como se houvesse algo tipo "Eu não estou feliz, bem sucedido, ele também não pode estar." Essa pressão psicológica não chega a me afetar muito na corrida, dependendo de quem vem, mas causa uma profunda tristeza. Porque parece que algo da pessoa se perdeu no meio da caminho, para ter sentimentos tão, tão, tão... pequenos.
No mundo da corrida, existe uma coisa que acho extremamente salutar que é competitividade sadia. Aquela coisa de amigos, companheiros de equipe, disputarem uma prova, um competindo com o outro, numa boa. Isso ajuda a melhorar a performance de ambos. Mas há uma linha tênue entre a competividade sadia e a disputa invejosa. É que nem a flauta no futebol. Às vezes as torcidas extrapolam. O que é para ser algo legal, divertido, acaba virando uma briga raivosa e ensandecida, mas, nesse caso, normalmente silenciosa.
Claro, às vezes alguém ganha mais de um lado, e o lado "perdedor" tem que saber lidar com isso. Mas a resposta tem que ser trabalho, trabalho e mais trabalho. No caso, treino, treino e mais treino. Então, colocar uma meta de vencer fulano porque é preciso parar de perder para ele é uma coisa, e vencê-lo porque ele está correndo bem e tentarei correr tão bem quanto ele é outra coisa. Dá para perceber a sutileza e, ao mesmo tempo, abismo da diferença?
Embora algum amigo, colega de equipe ou alguém qualquer possa ser posto como parâmetro a ser seguido ou superado, o grande parâmetro de todo corredor deve ser ele mesmo. Não importa o quanto os outros estejam correndo, a não ser como referencial para eu mesmo tentar chegar lá. O que importa é o quanto você consegue em relação a si próprio. Tem uma música da Xuxa, dela mesma, que eu gosto de citar, porque acho que foi muito feliz na mensagem: "Tudo que eu fizer, vou tentar melhor do que já fiz" (Lua de Cristal). Esse deve ser o espírito.
Bem, vamos falar da prova, que é a razão principal de quando comecei a traçar as linhas, antes de divagar em subjetividades.
Na véspera da prova, sábado, corri 16 km com o Valdomiro, meu amigo de 73 anos. Já corremos há uns 20 anos juntos. Corri mal, me arrastando a 5:30/km. Tudo bem que os últimos 4 foram bons, mas os primeiros 10 foram de chorar como vocês podem ver no link abaixo.
Fui para casa, tomei banho, saí para almoçar com os filhos, voltei para casa e deitei no sofá para dormir, chateado por não entender porque estava correndo mal e porque algumas coisas andavam me atrapalhando os treinos, como nunca antes. Levantei do sofá às 20h, comi, e voltei para lá, para só acordar no outro dia pela manhã para a prova.
Cheguei no Barra Shopping, peguei meu kit com o Daniel na barraca da equipe, sem saber qual seria o meu rendimento naquele dia. Como tinha corrido no dia anterior- e mal, já estava imaginando que nem conseguiria correr a 5/km, e não é choro de corredor. Quem me conhece sabe que fico com aquele papo de corredor "hoje estou com uma dor aqui, outra ali, não treinei bem na semana, etc". É mais fácil eu errar por auto-suficiência do que inventar esses pretextos pré-prova de corredor para um possível fracasso.
Mas o dia estava perfeito. Perfeito para performances, vamos deixar claro. Nada de sol, nada de frio demais, nada de vento exagerado. Uns 16 graus, umidade baixa. Percurso bom, sem aquela confusão maluca que o Corpa fez no revezamento da Maratona de POA.
Havia colocado uma coisa na cabeça: vou sair mais devagar e acelerar depois, se der. É como funciona comigo. E é o mais acertado. Nas 10 Milhas da Puma, saí mais forte do que queria e paguei o preço do cansaço depois. Se a gente sai forte e quebra, é um caminho sem volta. Fiz os 2 primeiros kms a 4:42 e depois comecei a estabilizar em 4:35/km. Lá pelo 4, acho eu, o Renato encostou, ficou cerca de 1 km, acelerou e se foi.
Segui no meu tranco de 4:35/km. Passei o km 8, metade da prova, em 36:44. O percurso passava pelo Barra Shopping e ia pela Av. Beira-Rio até pouco depois da rótula das cuias, retornava, fazia um pequeno contorno na Av. Ipiranga (aqui mais ou menos km 11) e seguia novamente pela Av. Beira-Rio. Consegui melhorar um pouquinho na volta, fazendo 4 km dos 8 a 4:30/km, e fechei a prova em 1:12:49, praticamente igual às 10 Milhas da Puma, só que lá o GPS marcou 15,94 e aqui 15,99 km.
Na chegada, lounge para o povo descansar. E acho que essa infraestrutura foi o destaque da prova, além do resto, claro. Havia uma área bacana para os corredores, locais para as pessoas descansarem, para os acompanhantes aguardarem seus pais, maridos, esposas, parentes, etc, e isso é muito legal, pois é preciso pensar também nesse povo que vai lá ver e apoiar. E tinha picolé, sanduíche, frutas, água, além de uma boa medalha. E lá fora, desde quando cheguei, havia uma banda tocando, o que também foi um fato positivo. Eu dei nota 9,99 à prova! rs. Só não ganha 10 porque senão podem pensar que não há nada que possa ser melhorado, e sempre há.
No dia dessa prova, o Mário, o Claiton e o Daniel, não sei bem como, provavelmente com o uso de tortura, me convenceram a correr o Desafio Farroupilha 24h em quarteto, coisa de macho tchê (mas prenda também pode), nos dias 17 e 18/9, dentro do Parque Marinha do Brasil. Tomara que ajude ao invés de atrapalhar os treinos para a Maratona de Buenos Aires, que está chegando.
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