sexta-feira, 8 de abril de 2011

Gramado Adventure Running 2011

Fim-de-semana passado teve a Gramado Adventure Running, que, como quase todo mundo sabe, é organizada pelo meu treinador, Daniel Rech, e sua empresa, a Running Company.

Certamente, é uma das melhores provas do RS, se não a melhor. Nesse ano, os percursos ficaram mais aventureiros, entramos mais no meio do mato, e os trechos que andavam pela Av. das Hortênsias, que liga a Canela e ao Parque do Caracol, foram praticamente suprimidos. Restou pouco asfalto nos trajetos. O que foi bom, no meu ponto de vista, pois acrescenta mais charme à prova.

Em relação ao ano passado, os percursos também diminuíram. Eram 8, ficaram 6. Do ponto de vista de logística, atrapalhou um pouco a distribuição deles dentro da equipe. A melhor distribuição de percursos é sempre intercalar um com outro, ao invés de dobrar os trechos, como alguns fazem e fizeram. Assim fica menos cansativo. Só que, por exemplo, quem corria de dupla, ficava num dilema: um corredor fazia 23 km; o outro, 31. E, ainda por cima, os 31 eram os mais difíceis. No caso dos trios, mesmo problema. Bom, mas isso é uma questão interna das equipes, que cada um resolve do jeito que melhor lhe convier. É a introdução para a desculpa que vou dar mais à frente.

Bem, no sábado, 18h, houve um simpósio no Hotel Serra Azul, onde grande parte dos corredores ficou hospedada, e onde foi entregue o kit da prova, que tinha uma camiseta bem legal, sacolinha esportiva, instrução de como chegar nos pontos de troca, e alguns pequenos brindes.

Mais tarde, a maioria de nós da EDR foi jantar no Il Piacere, que, para mim, foi caro e insuficiente. De qualquer modo, comer bem e barato em Gramado não é exatamente fácil. Ou se consegue uma coisa ou outra.

A minha equipe era trio misto, com a Bruna e a Bina. Já tínhamos combinado desde fevereiro que correríamos juntos, coisa que nunca fizemos os 3 ao mesmo tempo. Claro que sabíamos que seria dureza, já que acho que quase todos (ou todos) os trios tinham 2 homens e 1 mulher. Aliás, muita gente pensou a mesma coisa: colocar uma mulher no trio para tentar ganhar, de modo que uma das categorias mais disputadas era trio misto (15 equipes). Enquanto isso, por exemplo, sexteto masculino teve somente 5 equipes, menos que o sexteto feminino, que tinha 7.

As gurias decidiram vir somente na manhã de domingo mesmo, e, levando-se em consideração que eu já sabia que a tarefa de alcançar o pódio era hercúlea, relaxei, bebi vinho no jantar e depois espumante no saguão do hotel. Atirei-me nas cordas totalmente. E eis aqui o único porém em relação à prova: ela tinha que ser no sábado, pois as pessoas podem aproveitar antes e confraternizar e beber depois. Sei que houve contratempos que impediram isso, e o Dani fez o que foi possível, mas foi uma pena que a prova foi domingo ao invés de sábado.



Domingo pela manhã, tudo quase pronto, sol abrindo, uma brisa fresca ainda. A Bruna fazia o primeiro trecho, que fez em cerca de 29 minutos, mais ou menos 1 minuto melhor que ano passado, mas numa boa média de 4:30 e poucos por km. Passou a vez para mim, para repetir o trecho 2 do ano passado. Não lembrava, sinceramente, que era tão duro. Não sei se a vitória me fez apagar, se corri menos despreocupado ou sei lá o que, sei que considerei muito mais complicado nesse ano. Largávamos subindo, logo em seguida descíamos, dobrávamos à esquerda e novamente à esquerda. Alguns se perderam nesse ponto (Dalilaaaa!), embora estivesse sinalizado, mas creio que tem a ver com a questão de prova de aventura: a gente cuida muito o chão, para não tropeçar e cair, e nem sempre olha tudo ao redor.

Havia um boa subida no meio do mato, que estava escorregadia pela umidade da manhã e por causa das folhas. Acho que um pouco antes do km 3 começávamos a descer. O Mário me disse mais tarde que vinha logo atrás e que eu enlouqueci nesse trecho, pois comecei a descer alucinado. E foi isso mesmo. Havia 2 guris na minha frente, achei que estavam me atrapalhando um pouco, e resolvi passá-los. Depois que passei, o jeito era abrir distância para eu não atrapalhá-los. Então, desci soltando as pernas. Torci o pé duas vezes de leve, quase caindo, e teve uma curva que por pouco não deixei de fazer, mas, entre trancos e barrancos, consegui sair ileso de dentro do mato e pegar a estrada para começar a subida. E que subida. Não terminava nunca. Asfaltaram um bom pedaço em relação ao ano passado, mas não adiantou muito, já que as subidas não diminuem por causa de uma camada de hidrocarboneto...



Achei muito pior que a subida do trecho 5 da São Chico Eco Running. Porque lá tinha 1km de subida, e aqui a gente fazia uma curva, achava que terminava e nunca terminava. Mal respirava, começava tudo de novo. Queria agradecer muito ao Túlio e ao Ciro por uma preciosa água num dos tantos momentos de subida. Mas, no final das contas, mesmo sofrendo muito, ou talvez por isso, fiz melhor que em 2010. Lá tinha feito em 55:15 e agora em 54 minutos cravados. Então, passei para a Bina, que fez o trecho 3, de 9,5 km, em 47 minutos, mega bem.

Mas... ano passado, depois desse trecho para mim, havia o buraco no Vale do Quilombo. Dava para descansar descendo. Depois havia uma subida forte, mas não sei se teve a ver, comecei a correr no trecho do Parque da Ferradura (que era o trecho 6 no ano passado) sofrendo muito mais que ano passado. O coração batia adoidado, se usasse monitor, devia estar em 190, 200 bpm. Desse jeito, por mais lento que estivesse não conseguia acertar a respiração, as coisas não coordenavam direito, e tentei me "poupar" na ida para tentar recuperar na volta. No início havia uns 2,4 km de subida que fui pensando neles quando voltasse. Só que quando retornei no meio do trajeto, vi que jamais conseguiria, pois estava extremamente cansado e sofrendo muito, tanto que várias pessoas me passaram fácil (10 no total em 12,16 km). Nesse trecho acho que poderia haver mais um ponto de água, pois o sol já castigava a essa altura do campeonato e ele era longo, mas, também, tinha muito a ver com a minha preparação, ou falta dela, no caso. Não consegui achar a resposta para o mau desempenho, se foi o pouco descanso entre um trecho e outro (35 minutos), se foi o vinho e a champanhe da noite anterior, as duas horas na piscina, se foi o churrasco do aniversário do meu irmão na sexta, se foi nervosismo por ser o único homem da equipe, se foi apenas um dia ruim. Acordei em casa na segunda, todo dolorido como se tivesse sido hipoteticamente atropelado por um caminhão e fui me pesar. Quem sabe essa era a desculpa: engordei no fim-de-semana comendo e estava uns 2 quilos a mais do que o peso normal, o que teria afetado o desempenho. Mas nem isso foi. Estava pesando 1kg a menos do que sábado pela manhã.


Pois no final do trecho 4 havia aqueles 2,4 de descida. Quando fui, pensei: vou tentar correr a 4:30 nessa descida, mas, na prática, mal consegui fazer 5 por km, que parecia que estava fraco, quase caindo sem forças. Um único momento bom foi quando o Bira passou por mim e ainda pude fazer uns 400, 500m seguindo o ritmo dele, mas depois ele se foi também e eu fiquei extenuado como já estava antes. Quase chegando no Parque do Caracol, uma menina e um cara me passam, mas caminham logo em seguida na subida, o que me faz ultrapassá-los, já que falta pouco para o fim do trajeto e eu ia tentar recuperar o tempo perdido. Logo que começou a descer no asfalto, avisto a Bruna me esperando para puxar os últimos metros, e o Gabriel, meu filho, também vem junto. E, olha, foi difícil acompanhar os 2 naquele ritmo... Fechei o trecho da Ferradura complemante ferrado em 1h12.


Passei a vez para Bina, que fez o trecho dela, de mais ou menos 7,5 km, em 38 minutos e um pouquinho, média de 5:15/km, muito bem mais uma vez. Aliás, a Bina, está correndo muito e certamente fará uma excelente maratona de Porto Alegre. Tinha combinado com a Bruna de correr o último trecho (6) com ela, mas, dadas as minhas condições, abdiquei de acompanhá-la, pois, certamente, eu ficaria para trás e só atrapalharia. A Danuse, que estava com a corda toda no dia (fez 1:06 no mesmo trecho que eu), me substituiu, com substancial ganho e, sem a ajuda dela, certamente a Bruna não faria tão bem. No final das contas, pouco depois das 14h, o Dani começou a anunciar a chegada dela, em 56 minutos para o trecho, e eu e a Bina fomos acompanhá-la nos metros finais, o que gerou a foto abaixo.

Dos 15 trios mistos, ficamos em 8º lugar, o que não foi nada mau, levando-se em consideração que tínhamos 2 mulheres na equipe e estávamos em desvantagem em relação aos demais. Se bem que, no nosso caso, o homem é que prejudicou um melhor desempenho... rá, rá. Se eu tivesse feito mais ou menos a mesma média do ano passado no trecho da Ferradura, disputaríamos o 5º lugar, que chegou 11:27 na nossa frente. Chegamos também na frente de 8 trios masculinos do 22 que correram, o que foi significativo. Na verdade, grande parte do sucesso ou fracasso das equipes de revezamento tem a ver com a distribuição dos trechos. Não dá para dobrar trecho nessa prova, por exemplo. E é preciso saber qual a melhor contribuição que cada um pode dar para sua equipe. Na nossa equipe, tivemos uma imensa dificuldade em decidir os trechos, pois nenhuma das duas queriam fazer o trecho da Ferradura (a Bina tinha feito ano passado e sofreu muito) e nem eu, se fosse possível...

Como não foi possível, alguém precisava correr o trecho, encarei o desafio, e dividimos o resto de modo que as duas pudessem ir o melhor possível, o que acabou acontecendo, correram maravilhosamente bem. Tivemos uma boa disputa com um trio masculino da EDR, composto pelo Duda, Ricardo e Claiton. Eles saíram na frente no 1º trecho, eu passei o Ricardo no 2º, o Duda buscou a Bina no 3º, e chegou pouquinha coisa antes no posto de troca para a Ferradura, onde o Claiton correu super bem e tirou 12, 13 minutos de diferença que mais ou menos se mantiveram até o final.

Ficamos felizes com nosso desempenho geral e por termos corrido juntos pela primeira vez. Ano que vem talvez as gurias encarem uma dupla. Nas duplas mistas, o Mário e a Nara conseguiram subir em 2º no pódio, também pelo mau desempenho do 3º colocado no trecho da Ferradura, onde o Mário tirou a diferença e tomou a segunda colocação dele.

Às 16h, começou a Gramadinho, a corrida para os pequenos e os ainda não grandes. Mais uma vez, foi o melhor da festa. É muito legal e comovente ver a criançada envolvida, saindo para correr, seja pela brincadeira, seja para tentar "vencer". O Gabriel também correu, mas sofreu porque tem umas crises de asma quando corre e então tem que parar para respirar melhor. Ele não estava inscrito, mas com o clima, e depois da palestra do Daniel no Hotel, ele acabou querendo correr e estava bem feliz depois com a medalha.



Por enquanto é só. Em setembro, nova prova em Gramado, 10 Milhas Noturnas. Antes disso, Maratona de Porto Alegre, dia 22 de maio.

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