domingo, 22 de novembro de 2009

Maratona de Curitiba


Domingo (hoje), 6h da manhã, acordamos (eu e o Irio) para o café. Não sei quem foi que disse que o tempo estaria chuvoso como ontem, que estava perfeito... para uma maratona: nublado, 21 graus. Hoje, diferentemente, o sol se alinhava no horizonte, prenunciando um dia quente.

Tomamos nosso café e rumamos para o Centro Cívico, que era perto do hotel, uns 15 minutos a pé. Tudo pronto depois daquele ritual de passar vaselina nas áreas de atrito, se bezuntar de protetor solar e passar um óleo de arnica para o aquecimento dos músculos, entramos na área destinada aos maratonistas masculinos (as mulheres largaram às 7h30). Semana passada, a largada tinha a presença da Bruna ao lado. Hoje, ... o Irio. Meio desanimador. Levei uns 42km para superar mais esse obstáculo...hehe

Uns 10 minutos após, deu-se finalmente a largada, meio tumultuada nos primeiros 200m, até que podemos imprimir nosso ritmo. O Irio disse que largaria de forma conservadora, comigo, a 5:30/km mas, sem surpresa alguma, isso não se cumpriu. Nem por 500m.

Tinha acordado com a mesma dor nas costas que me fez caminhar em Foz, com dor na planta dos pés e não muito afim de fazer a prova. E não era nada de nervosismo, estava bem tranquilo, de sangue doce. Na verdade, gosto mesmo de fazer as maratonas de SP, RJ e POA. As outras, não curto muito. A dor na planta dos pés passou logo em seguida, mas, correndo, começou um desconforto no joelho direito, que anda me perseguindo, e que o ortopedista que consultei disse que também deve-se à falta de alongamento constante. Ele deu lá uma explicação da qual não me lembro mais...

Nos primeiros quilômetros, fizemos uma pequena volta que nos colocou na frente do Centro Cívico novamente no km 6. Estava achando meio quente já a essa altura do campeonato. Não que isso estivesse afetando alguma coisa no meu rendimento, só estava suando mais do que o normal.

Passei os 10km em 52:58, dois minutos a menos do que o previsto, mas estava tudo tranquilo àquela hora. Só que lá pelo km 10,5, tive que fazer um pit stop num posto Ipiranga, porque alguma coisa estava fermentando... Pior é que a "casinha" ainda estava ocupada... Comparando depois com o tempo oficial da chegada, vi que perdi 7 minutos e 10 segundos nessa brincadeira. Mas era preciso. (o meu Garmin para quando paro de correr, então meu tempo nele foi o efetivamente corrido).

Bem aliviado, voltei para a prova, a fim de correr atrás do prejuízo. Aí comecei a encontrar boa parte do pessoal que já tinha ultrapassado. Não foi exatamente animador, mas foi até foi engraçado, porque eu passava meio ligeirinho por aquele povo, que era mais da turma das 4h30, e ouvi alguns tecendo comentários sobre isso.

Por aí, o trajeto me parecia o mesmo da última vez em que corri (acho que 2004). Pouco antes do km 13, havia uma bandinha (hello, Porto Alegre!) tocando "A Banda"... (estava à toa na vida, meu amor me chamou para ver a banda passar, cantando coisas de amor...). Logo em seguida, passei pelo japa MM, o Hideaki, e por alguns dos participantes do Desafio das 6 maratonas (o povo que fez todas as maratonas oficiais do Brasil nesse ano). A vida seguia tranquila até aqui, e eu fazia 5:15/km. A essa altura, alguma coisa no trajeto mudou em relação ao meu último ano, porque minha lembrança é que pegávamos um grande retão num corredor de ônibus por volta do km 18. Mas, diferente disso, a gente subia, descia, dobrava à direita, subia novamente, descia, dobrava à esquerda, subia... O trajeto, que antes me parecia mais fácil depois da metade, piorou sensivelmente. E o sol... bem, o sol estava forte desde o km 15 ou 16.

No km 19, tínhamos isotônico, que a escoterinha disse com aquele sotaque que estava morrrrninho, e que veio muito a calhar. Passei os 21 km em 1:50:38, bem demais até. Nessa parte da prova e por um bom período, até o 30 e tantos, havia muita confusão no trânsito, muitos motoristas brigando com os agentes por conta das ruas bloqueadas, causando tumulto e até mesmo tentando invadir a área destinada aos corredores, o que foi um fato negativo na prova, porque repetiu-se inúmeras vezes e chamou muito a atenção. No mais, Curitiba tem um fator sensacional, que é participação e interação das pessoas aplaudindo, pegando mangueiras e atirando água nos corredores ou até mesmo fornecendo em copos, como lá por volta do km 37.

Eu vinha correndo bem até o km 31, quando senti a falta de treino nesse sobe-e-desce danado e dobra aqui-dobra ali. É difícil treinar em Porto Alegre para esse tipo de prova, porque praticamente não houve nenhum momento plano. Ou a gente estava subindo ou descendo durante os 42 km. Quando dobrei à direita e vi uma nova subida, quebrei de vez. Os 5:15/km se foram e já fiz o km seguinte a 5:58 e, depois, isso caiu um pouquinho mais até o 36, quando não aguentei mais aquela dor nas costas que me acompanhava desde início da prova e fui obrigado a caminhar, quase quando chegava no Gabbardo, que também caminhava. Aliás, éramos vários caminhando. O trajeto e o calor quebraram muita gente.

Caminhei ainda até o 39, quando um rapaz passou por mim e me instigou a voltar a correr. Se não fosse ele, certamente teria feito pior. Não vi o número, mas Guilherme (que fazia a 1ª maratona da vida) era o nome dele, o mesmo do meu filho mais velho. Aquele km fiz a incríveis 5:09, deixando-o até um pouco para trás. Aí voltei a caminhar, que era a ideia inicial, para poder ter um gás no último quilômetro. Então, ele chegou novamente em mim, enquanto um temporal se armava e fomos correndo juntos até a linha de chegada, já debaixo de muita, mas muita chuva mesmo. Fechei o km 42 em 5:17 e a prova (o Garmin marcou 42,51km) em 3:58:26 efetivamente corridos, mas o tempo oficial (que recebi em seguida por mensagem no celular!), e que é o que realmente vale, foi de 4:05:39. O Irio havia chegado um pouco antes em 3h57.

Medalha no peito, isotônico e água na mão, tudo que eu queria uma massagem nas costas, embora as pernas também estivessem bem doloridas. E foi fácil de conseguir. E ajudou bastante. Ainda ficamos um tempo por lá, porque o pessoal do Desafio das 6 maratonas (do qual o Irio participava), entregou troféus a todos (32) que completaram. Foi um grande momento para todos eles.

Bem, banho tomado, refeição feita, post publicado, vou descansar (leia-se: dormir), que eu preciso. E acho que mereço.



As parciais por km:
km 1 - 5:31 km 11 - 5:18 km 21 - 5:13 km 31 - 5:23 km 41 - 6:05
km 2 - 5:12 km 12 - 5:15 km 22 - 5:12 km 32 - 5:58 km 42 - 5:17
km 3 - 5:20 km 13 - 5:10 km 23 - 5:12 km 33 - 5:54
km 4 - 5:12 km 14 - 5:18 km 24 - 5:15 km 34 - 6:22
km 5 - 5:20 km 15 - 5:18 km 25 - 5:24 km 35 - 6:29
km 6 - 5:12 km 16 - 5:15 km 26 - 5:16 km 36 - 6:34
km 7 - 5:16 km 17 - 5:05 km 27 - 5:20 km 37 - 7:53
km 8 - 5:14 km 18- 5:14 km 28 - 5:15 km 38 - 8:14
km 9 - 5:17 km 19 - 5:16 km 29 - 5:05 km 39 - 8:33
km 10- 5:19 km 20- 5:12 km 30 - 5:10 km 40 - 5:09

7 Comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Baldi! soube disto pela van, que colocou teu link no halos!

:) Anita

JC Baldi disse...

Hehehe
Valeu, hermanita! Foi pedreira. Um amigo perguntou hoje como eu tinha ido no "tobogã" de Curitiba...hehe Foi a melhor definição!

1 bjo prá vcs todas.

Deco disse...

E ai Baldi,
Faz tempo que não deixo meu comentário por aqui...
Baita prova, Curitiba não é facil...ano passado sofri ai...
Tu e o Irio estão se destacando em provas longas, parabéns....
Estive em Pirassununga fazendo o Meio Iron, neste findi também...não tinha tanta pirambeira mas tava abafado pra caramba...foi uma baita prova...
Abraços...
Mais uma vez parabéns

Bruninha disse...

Muuuuito bom o texto, ainda mais que fala meu nome né? Ri muito!! hehehe Parabéns para os dois por mais uma!!! Bjo

JC Baldi disse...

Deco,
Curitiba tá cada vez pior...hehehe
Parabéns pelo meio Iron, rapaz!
Abç


Bruna,
Tbém ri muito qdo estava escrevendo...hehe
Bjo

Deco disse...

FELIZ ANIVERSÁRIO

Tchê Parabéns animal véio...
Bah tu é gurisote...
Mas não cosinha na primeira fervura...

Brincadeira,
Agora é que vai começar a desfrutar a vida, a sabedoria acumulada nos anos de experiência, no esporte nem se fala... acho que já passaram de 40 entre Meias e Maratonas...então ta loco de experiente...
PARABÉNS BALDI, MUITAS FELICIDADES

JC Baldi disse...

Valeu, rapaz. O aniversário estava ótimo ontem. Só maratonas já são 37, deve ter mais umas 20 meias...hehehe

Abraço

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