segunda-feira, 23 de maio de 2011

Porto Alegre precisa se reciclar


Ontem, domingo, foi a 28ª Maratona de Porto Alegre. Desde a minha primeira, em 1987, já devo ter feito umas 20 ou 21. E acompanhado ou me envolvido em mais umas 3 ou 4. Mas, como vocês já sabem, ontem só corri o revezamento.

Mas conversava com outras pessoas sobre a prova, sobre o que aconteceu e o que tem acontecido nos últimos tempos. A maratona de Porto Alegre, assim como a cidade, está estagnada. "Tudo" que temos a nosso favor é o frio. E ele não dá as caras há 3 anos! O trajeto, plano, não é muito diferente de São Paulo, que tem contra si uns túneis chatos e cansativos a mais no final.

Desde aquela edição em 1987, quando corri com uns 200, talvez 300 corredores, pouco evoluímos. O trânsito foi fechado, o abastecimento melhorou, mas isso aconteceu em todas as maratonas sérias. Que mais houve? Nada. Naquele longínquo 1987, a maratona saía do Parcão, ia em direção à zona sul, pegando a Av. Cavalhada (que ainda não era duplicada), dobrava à direita onde hoje tem uma rótula com a Av. Juca Batista, indo em direção a Cel. Marcos, seguia pela Wesceslau Escobar, Icaraí, Chuí, Pinheiro Borda, Padre Cacique, Borges de Medeiros e, acho, Loureiro da Silva, Túnel da Conceição, Farrapos, Barros Cassal para pegar a Vasco da Gama e chegar no Parcão novamente. Teve ano que o trajeto passou pela João Pessoa com Salgado Filho, no coração do centro da cidade!

Pois bem. Aí o Dr. Alceu Collares fez aquele bem à cidade, construindo a Av. Beira-Rio. E isso começou a ser o fim da maratona de Porto Alegre. Porque agora o Corpa e os tecnocratas de mente estreita que dominam a cidade só sabem fazer a maratona por ali, e então vamos brincando de ir prá lá-e-prá cá pela avenida, sem ninguém no trajeto a apoiar. Uma prova no nada para ninguém ver. É o maratonista contra ele mesmo, contra seu próprio limite, literalmente levado ao pé da letra.

No final dos anos 90, início dos 2000, Blumenau era considerada a melhor maratona do Brasil. Trajeto plano, frio, tudo igualzinho a Porto Alegre. Pois ela morreu. Desapareceu. Lógico, a minha comparação não é justa, Blumenau não é uma capital de Estado, mas é para dar a dimensão do que pode acontecer no futuro. Brasília e Recife ficaram alguns anos sem ter maratona, e, olha, não havia nenhuma naquela região, que tem muito mais atrativos. Nos coloquemos na cabeça de quem é de fora: por que eu irei a Porto Alegre, se posso ir a Punta, Buenos Aires ou Santiago, que são mais ou menos a mesma distância e têm muito mais charme, são um passeio muito mais turístico?

Por mais que os corredores viajem a alguma cidade por conta da maratona, a grande massa, que não é competitiva, quer aproveitar a estada, o dinheiro gasto e fazer algum turismo, passear. Quando levava meus amigos cariocas, Zé e Maria Helena, no aeroporto, passamos pelo ônibus que faz o turismo na cidade, e então eles me perguntam por onde passava aquilo e quais os pontos turísticos. Fiquei meio sem jeito em dizer que o ônibus de turismo não para em nenhum local turístico. E ainda fiquei tentando lembrar quais seriam esses pontos... porque Porto Alegre tem Jardim Botânico, mas não é um ponto turístico como em Curitiba. E também não temos Ópera de Arame, entre outras coisas.

Temos a Redenção, mas é ponto turístico exatamente ... no domingo. E aí reside outro problema da maratona de Porto Alegre: quando está frio, ninguém sai para ver a maratona e, quando está calor, todo mundo quer aproveitar o sol e ir para algum parque: Redenção, Parcão, Marinha. E o percurso, que passa por diversos locais "longe da civilização" não contribui em nada para melhorar ou atenuar isso. Se o grande trunfo de Porto Alegre é o frio, e parece que é somente nisso que se baseiam, então ela deve ser em junho ou julho.

Outra coisa que meus amigos me relataram é que não viram obras pela cidade. Um ano se passou da vinda deles e só viram uma obra, que acharam que era um viaduto, quando estavam indo para Gramado na quinta. Aí cheguei à conclusão de que era o novo estádio do Grêmio. A única obra da cidade não é da cidade em si, não tem a mão do poder público. Ok, estou sendo injusto novamente. Há uma obra vultosa em torno do Barra Shopping, lá mesmo no local da maratona. Estão fazendo o tal "PISA". 1 ano e meio depois de entregarem o shopping, após 20 anos de os moradores da zona sul ficarem ouvindo que ele seria construído por ali, estão mexendo em tudo novamente na área, desfazendo o serviço feito anteriormente. Mas é uma obra, pelo menos...

Todos os portoalegrenses e gaúchos se orgulham de Porto Alegre. "Porto Alegre me faz tão sentimental", como diz a música-símbolo da cidade, cantada pela Isabela Fogaça. Mas é um sentimento que só quem vive aqui consegue captar e entender. Quem está de passagem não consegue ver essa beleza que vemos, essa singularidade, porque muito dela está em nós mesmos, no nosso povo, no nosso jeito de ser. Então um evento nosso é tomar chimarrão no Parcão, no Gasômetro ou na Redenção. Mas para quem vem de fora qual é a beleza disso?

A prova em si

Com todo respeito ao Paulo Silva, que é bem conceituado em matéria de organização de provas em todo o Brasil, mas a prova foi um fiasco. O revezamento pelo menos. O abastecimento estava bom, mas o percurso foi de chorar. Rústica, duplas e quartetos para um lado, octeto para outro.

Tem aquele ditado que diz: "Se dá para complicar, porque simplificar?" Se as equipes todas irão correr 42km, porque essa divisão, que acarreta mais logística, mais pessoal envolvido? Fiquei deitado horas e horas na cama pensando nessa esquisitice e só cheguei a uma conclusão: os octetos são muito competitivos e o objetivo era de que eles pudessem correr "tranquilos", com o caminho livre. Bom, mas aí alguém vai me questionar: os octetos precisam trocar a cada 5, 25km, por isso precisavam fazer trajeto diferente. Concordo, se a rústica e o restante do revezamento não tivessem passado pelo Barra com 6km e alguma coisa... porque daí é só suprimir alguma voltinha aqui ou ali que a conta fecha.


Bem, com tanto caminho para lá e para cá, é como eu digo seguidamente: tem tudo para dar errado. E, obviamente, deu. Primeiro que a quilometragem estava errada. Completamente errada. Grosseiramente errada. Imperdoável para quem organiza provas há tanto tempo.

Minha primeira volta deu 12km, a segunda encurtaram num retorno antes, daí corri 22,53 ao invés e 21,1. Vou repetir para ser chato: 22,53 ao invés de 21,1. Não, não, não são 200m a mais. Praticamente 1,5 a mais. Não sei se encurtaram a segunda volta no meio do caminho, acho que sim, pela reclamação das pessoas, ou se era previsto. Também não importa. A rústica veio junto nessa lambança. O povo correu 12 ao invés dos 10 anunciados. E, obviamente, o segundo parceiro da dupla não fez nem os 21,1. Eu até fiz dentro do planejado, que era 5 por km. Até pensei que talvez pudesse melhorar um pouco, mas saindo com 24 graus ao 8h30 da manhã fica complicado. Aliás, era para ser às 8h30, mas, mesmo com todo o intervalo da maratona para o revezamento, nem assim conseguiram largar no horário correto. Saímos com 5 minutos de atraso.

Quando estava correndo pelo km 5, pensei: se a Rústica era 10 e estava junto conosco, alguma coisa precisava acontecer para que isso desse certo. Alguma mudança perto o final. Aí tivemos outro problema: a gente passava pelo Barra, retornava na entrada da Beira-Rio (antes havia um retorno confuso só para os octetos), passava novamente (???!!!) pela frente do Barra, e, ao invés de entrarmos, íamos mais um pouco à frente para retornar e finalmente entrar no estacionamento do shopping, onde dávamos mais uma volta maluca (???!!!) e começávamos a segunda "perna" do percurso, repetindo essas idiotices novamente. Se ficou confuso entender a minha explicação é porque estava meio complicado, não?

No final dessas maluquices-excentricidades-esquisitices-burrices a gente se deparava com o povo da maratona chegando. Aí, meus amigos, era o samba do crioulo doido: tinha tanto cone e sinalização reunidos, que era uma confusão visual e, logicamente, teve gente pegando o lado direito ao invés do esquerdo e chegando pelo lado que era do revezamento. Tá certo que esses corredores também se esforçaram um pouco para fazer isso... mas é que nem eu digo para a minha funcionária do departamento pessoal: não tem que estar claro para nós, que fizemos e sabemos como funciona, tem que estar claro para quem vai receber a informação.


Esse vaivém maluco qualquer pessoa que recém começou a correr sabe que é desgaste psicológico desnecessário. Está todo mundo cansado no final, não importa a distância, e então passa na frente da chegada, mas não chega, vai adiante e retorna. Francamente, vamos respeitar as pessoas, o esforço que eles fazem, os meses de treinos para alguns. Vamos simplificar. Por que não repetir o trajeto da Meia da Paquetá, onde só houve elogios? Por que inventar? Experiência a gente faz em laboratório, com os ratos. E, ainda assim, já há uma porção de movimentos contra.

Outro ponto que eu havia chamado a atenção: o horário da maratona e do revezamento. Puxa, isso é que nem interpretação de texto. Qual é a ideia principal de um? No caso, qual é o evento maior? O revezamento ou a maratona? A maratona, lógico. Então, é dela que se deve partir para completar o resto do roteiro. Senão a gente tem o que tivemos: 2 eventos distintos feito no mesmo lugar, em que ninguém participava ativamente do outro. Terminei a minha parte no revezamento, não pude nem suspirar direito, saí para procurar quem vinha terminando e encontrei-os já no km 41. E, quando fui embora, quase 1h da tarde, tinha gente saindo para correr sem ninguém praticamente prá vê-los correr. O revezamento podia ter saído 5, 10 minutos depois da maratona. Simples assim. Aí a gente corria, terminava, e ficava vendo o resto do evento que era o mais importante do dia. Mas sabe porque não deu para ser? Porque o trajeto era maluco. Ia para um lado, voltava para o outro, passava novamente na frente da largada. Aí não dava mesmo. Exigência do shopping, será? Ora, só tem sentido se a gente pudesse parar e comprar... Vou tentar ser claro: como tudo na vida, o percurso tem que ser objetivo. Vai para um lado, volta para outro. Só uma vez, sem voltinha aqui, voltinha ali. Se não sabem fazer uma coisa simples assim, aí... bem...

E o kit? Me-dí-o-cre. Uma camiseta e nada mais. Uns folhetos e informativos. Porque não dão pares de meias, por exemplo, então? Será que não se conseguem brindes para um prova tão importante, com um parceiro forte como a RBS? Falando nela, é muito falha a divulgação de onde passará a maratona, quais ruas serão fechadas. Há uns 5 anos (ou mais), corri em Curitiba e lá havia banners da maratona nas ruas informando: "esta rua estará fechada no dia tal das 6h às 13h". Será que é tão difícil ou oneroso fazer isso?


Vou falar novamente em Buenos Aires, que já citei aqui outra vez e que é 10 vezes maior que nossa mui leal e valorosa cidade: lá a prova cruza toda a cidade, sem se preocupar com o trânsito, porque é uma questão de divulgar a cidade e motivar os corredores. Será que não imaginam que os atletas precisam de gente apoiando perto do final? E do km 35 ao 41 não se vê praticamente nenhuma mísera alma?!

Está na hora de decidirem se realmente querem a prova na cidade. De o Prefeito, secretário e sei lá mais quem ver o desejam que ela signifique. Se é para fazer uma coisa mal feita num canto qualquer, escondida, onde só quem corre se envolve, então que se abandone de vez. O trajeto tem que contemplar a participação das pessoas e os pontos principais da cidade. Não é a EPTC que deve determiná-lo para não atrapalhar a fluidez do trânsito. A cidade é maior que um órgão de trânsito. Pelo contrário, alguém tem que dizer: "O trajeto é esse, e vocês que se virem para organizar o trânsito, que é para isso que vocês estão aí." Obviamente, com um pouquinho mais de sutileza.


A maratona de Porto Alegre precisa se reciclar, isso é evidente. Não dá só para esperar que se faça frio no dia. Quando isso acontece, tudo é perfeito, ninguém vai reclamar, os defeitos passam despercebidos. Mas e quando não acontece, como há 3 anos?

No meu entendimento, a organização da prova bateu no seu limite. O Paulo Silva tem muitos méritos, foi ele que profissionalizou a coisa, organizou, colocou num outro patamar e tudo mais, só que ele não tira mais coelho daquela cartola. É preciso que se auxilie de outras pessoas que se envolvam, que tragam novas ideias (ou nem tanto assim), que deem um "Sopro de Vida", como escreveu a Clarice Lispector.

Só para exemplificar o que pode ser feito: em novembro de 2003 corri a maratona de Mônaco. Seria covardia comparar a beleza do Principado com Porto Alegre, mas nem por isso não podemos tirar ideias de lá. E isso que já faz praticamente 8 anos. Quase uma década. Foi a melhor maratona que já fiz. Era recém a 7ª edição dela (foi a 28ª de POA...). Pois bem. Todo mundo que era de fora, eu, por exemplo, era chamado para participar do que eles chamavam de "loteria". Sorteavam um brinde qualquer para todos que não eram da França ou Itália (Mônaco fica entre os dois e a prova cruzava ambos). Isso não pode ser feito por aqui para atrair mais corredores do Uruguai, Argentina, Chile, etc?

Lá em Mônaco, durante os 42 km da prova passei por inúmeras bandas tocando. Isso existe em diversas provas pelo mundo todo. Pois aqui não temos público, banda tocando e nem o frio tem aparecido. Ou Porto Alegre muda, ou daqui a alguns anos a maratona não passará de uma mera lembrança de quem um dia participou.

13 Comentários:

Hideaki disse...

Olá! Voltei pra São Paulo hoje pensando: "puxa, não consegui encontrar o Julio desta vez..." Então resolvi pelo menos fazer uma visitinha aqui no seu blog, sendo que ultimamente não tenho acompanhado mais blogs.

Respondendo só sobre a primeira parte, me identifico sobre Porto Alegre (no meu caso, São Paulo) como pontos turísticos. São Paulo também "tem de tudo mas não tem nada".

Mas segue os meus passeios cuja duração foi do almoço de sexta até inicio da tarde de segunda.

Sexta: Pôr do sol no Guariba, com passeio no Cisne Branco, com saída às 16h30 (valeu a viagem toda). Depois fui pro MARGS e pra Casa de Cultura Mario Quintana. Jantar no Koh Pee Pee, que é considerado o melhor restaurante tailandês do Brasil.

Sábado: Praça da Matriz (Theatro São Pedro, Igreja da Matriz), almoço no Ateliê das Massas, os outros Museus (Santander e Memorial) da Praça da Alfândega, Mercadão, Rua Padre Chagas, Parcão.

Domingo: almoço com João e Sabine no Grêmio Náutico União, caminhada no Parque da Redenção e Brique da Redenção (vale a pena marcar a passagem pra noite, caso seja necessario voltar ainda no domingo).

Segunda: visitei a Academia 10, fui pro Mercadão comer a Bomba Royal na Banca 40, além de ver o Memorial do Mercado, peguei o Trensurb para conhecer rapidamente: Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas, parando da estação aeroporto pra pegar vôo. E ainda faltou São Leopoldo e Novo Hamburgo, pra próxima vez.

Em Porto, ficou faltando o Museu de Ciencia e Tecnologia da PUC, Gasômetro, etc. Sendo que já conheço os estádios, o Iberê Camargo, o Barranco, etc etc. Comi Xis coração, churros com mumu, ambrosia...

Nada mal, não?

JC Baldi disse...

Hideaki,
Verdade, exagerei um pouquinho, mas percebas que minha colocação é mais sobre pontos grandiosos de turismo e tbém sobre o ônibus que faz tal roteiro, que não para nesses locais, passa batido em todos. Algo que alguém de fora diga: qdo tu vais em POA, tem que ir em tal local. Mas, evidente, se procurarmos bem, todas grandes capitais têm museus, mercados, catedrais, coisas que possam ser visitadas, dependendo do gosto de freguês.

De qqer forma, qto tiveres tempo opine tbém sobre a prova em si, sobre organização, percurso, etc.

Tiago Antunes disse...

julio, cara tens razão, é corredor contra ele mesmo e nada mais e ninguém mais para apoiar pela rua. Se contar, também, com o erro nos kms, acho que precisamos de novos ares...

Grande Abraço
Tiago Antunes
www.vodoismax.blogspot.com

JC Baldi disse...

Velhinho, estou tão desapontado, que já nem sei mais se há esperança. Dá dó ver que a gente não evolui, apesar de já estarmos quase na 30ª edição.
Não adianta ficar brabo, não aceitar a crítica, dizer que as pessoas sempre reclamam, pq isso é da natureza humana. Atingimos um degrau, queremos subir o seguinte. É assim que funciona. Cada ano precisamos fazer melhor que o anterior. Apresentar algo novo. E há espaço prá isso.
Eu tbém quero que a prova seja ótima. Não quero receber meus amigos de fora e ouvir eles falarem que não estava legal, que era uma solidão só, que o trajeto não era bom. Eu quero dizer que aqui é a melhor maratona do país, e não pq estava frio, e sim pq realmente foi a melhor.
Aí a gente escreve lá no blog do Corpa e ignoram o comentário. Vão querer que a gente elogie depois de uma trapalhaça dessa magnitude?

Sergio disse...

Julio,
Texto muito bem escrito e críticas que me pareceram bem embasadas. É preciso se reinventar...
abraço,
Sergio
corredorfeliz.blogspot.com

JC Baldi disse...

Obrigado.
Pois é. Todos os dias a gente precisa se reiventar na nossa atividade. Eu aqui, se não estou sempre atendendo meus clientes direitinho, eles reclamam, ficam insatisfeitos. E se vão embora. É assim. É da vida.

Sergio disse...

Julio,
indiquei seu texto ao Sergio Xavier, editor da Runners e não sei se você viu mas ele foi citado hoje no blog correria. Segue link: http://runnersworld.abril.com.br/blogs/correria/brasil-maratonas-291028_p.shtml .
Abraço,
Sergio
corredorfeliz.blogspot.com

JC Baldi disse...

Sergio,
Agradeço a tua indicação. É uma honra ser citado no blog Correria.
Já dei uma lida e darei meu pitaco por lá também.

M.Angelo disse...

Concordo com todas as críticas. No cansaço dos 35 aos 42km, qualquer coisa pode ser motivo pra derrubar ou aumentar o sofrimento de quem corre. Imagina ter que ficar "adivinhando" por onde passar, por onde desviar, se está na corrida certa... Como disse o amigo acima, precisamos no novos ares e espero que não sejam os "Aires" da Argentina (que anda valendo muito mais a pena).
Parabéns pelo blog.

JC Baldi disse...

Cara,
Encontrei meu amigo Zé Luiz no km final da prova. Gritei palavras de incentivo, o cérebro dele nem coordenou de conseguir me responder, pq estava muito cansado, mal acenou com a cabeça...hehe, e fez um tempo super bom: 3h25.
A maioria não está super bem no final,está cansada, no seu limite, e precisam de incentivo, sim. Ajuda muito. Eu voltei mais um km e pouco e fui correr com um amigo meu e depois com uma amiga, que me disse que se não fosse eu, caminharia. Então ter gente ajuda sempre, senão o km fica maior ainda que já é no final.

Mazah Tec disse...

Cara, caí aqui por conta de uma indicação no site da Runners.
Gostei muito do texto e acho que nele próprio tem a solução. Não precisa reinventar nada, basta fazer como era antigamente.
Largada/chegada em um local mais centralizado e movimento como é o Parcão.
Rústica era simples: ia até o final da Princesa Isabel, se não me engano, e voltava, simples assim. O resto (revezamentos) é só encaixar.

Eu acho que o problema maior, causador dessas mudanças todas, é o trânsito. Como você bem observou, as pessoas daqui não entendem que a maratona é uma forma de divulgação da cidade. Corri a maratona e em diversos cruzamentos só ouvia buzinaço de reclamação. Domingo, cedo da manhã e o pessoal estressado ?!?!? Imagina durante a semana!! Não é a toa que tem gente se matando a tiro no trânsito. Gente passando com o carro por cima de ciclista...

Enfim, acho que a solução é voltar para as origens; a tradição. Esse troca troca toda hora só faz a tradição se perder.

E ... que façam uma divulgação maior. Se a premiação é tão fraca que pelo menos gastem dinheiro com divulgação.

Era isso, ótimo post o seu.

abraços.

JC Baldi disse...

Certamente,
Talvez voltar a ser o que era é uma solução. Só que a EPTC não aceitaria isso jamais, pq o Parcão é uma área muito central, atrapalharia bastante, etc. Se ninguém peitar a EPTC, isso nunca volta e só tende a piorar.

Mazah Tec disse...

Na verdade, se não estou enganado, não mudaria tanto.
Repare que atualmente já corremos até a Goethe esquina com a Mostardeiro.
Tem mais, é comum fecharem aquela área para corridas. Vide corrida contra o câncer.

A maratona ocorre apenas 1 vez ao ano. A população poderia ter um pouquinho mais de paciência, afinal são apenas algumas horas de bloqueio do trânsito. A gente passa perigo o ano inteiro por causa dos carros ...

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