segunda-feira, 8 de novembro de 2010

6ª Maratona de Revezamento Paquetá/Asics

Quem não foi, perdeu uma grande prova ontem.
A começar pelo kit, que continha camiseta, mochila, squeeze e também uma fita para ingressar na área vip depois. Pelo R$ 50,00 da inscrição, acho que mais que justo. Ok, a camiseta era pequena para quase todo mundo, mas, em relação a anos anteriores, houve um salto de qualidade geral. Quem lembra da camiseta das duas primeiras edições sabe do que estou falando. O Gabriel, meu filho menor, ficou com a minha. Mesmo porque já ando com camisetas de corridas demais lotando o armário.

Eu corria o segundo trecho e cheguei por volta da 9h15 no Barra Shopping, na zona sul da cidade. A estrutura era bem boa, com tudo aparentemente bem disposto e uma mega tenda da Asics para o pós-prova.

O povo se dispunha dentro das baias que estavam separadas por duplas, quartetos e octetos. Verdade que o espaço era limitado, mas o staff chamava pelo número à medida que os corredores iam chegando e, creio eu, não deu maiores problemas no revezamento, exceto, claro, a 'boca-abertice" de alguns que ficam fazendo não sei o que ao invés de prestarem atenção na sua equipe. Sempre tem aqueles que conseguem a proeza de serem chamados no microfone...

O dia estava lindo (leia-se sol forte), abrilhantando a festa. Valdomiro, 71 anos, meu parceiro de dupla, fez o primeiro trecho de 21 em 1:44:19. E então eu saí para enfrentar o calor. O trajeto era simples, já que a EPTC não libera mais coisas em matéria de fechamento de ruas: saíamos de dentro do Shopping, em direção ao centro, para, logo em seguida, fazermos o retorno e irmos costeando o rio até chegar na praça da Tristeza. De lá retornávamos pelo mesmo trajeto. Duas vezes, no caso. Não era exatamente uma beleza, mas, dentro do contexto da tecnocracia que se apoderou da 'imobilidade urbana' nos últimos tempos, talvez até devêssemos agradecer de joelhos. Ainda vai chegar esse tempo, pelo visto.

Embora eu tenha pego água quente em um posto de abastecimento, em linhas gerais esse quesito esteve bom. Lá na Tristeza havia uma banca de Gatorade, sendo distribuído em copos, o que também ajudava. E, pouco antes, umas moças bonitas entregavam gel em sachê para os corredores.

Minha primeira 'perna' foi feita em 53 minutos. Bom, levantando-se em consideração que voltei a correr dia 16 de outubro, o que significou, de lá para cá, 8 dias de treino. Mas, mal saí para a segunda volta, e o meu rendimento caiu. Nem tanto pelo sol, que já estava forte àquela hora, mas mais pela falta de sono, já que saí no sábado à noite e dormi apenas 3 horas. Poucas horas de sono e corrida não combinam. Até pode acontecer, como já aconteceu comigo, de fazer uma boa prova, mas é preciso estar muito bem treinado, o que não era o caso, e certamente será sempre uma exceção. Acho também que, apesar do calor que fez, principalmente para quem correu a segunda metade de prova, tivemos sorte em a umidade estar baixa. Seria o caos se fosse alta.

Sofri bastante nos 2 ou 3 primeiros quilômetros da segunda volta, mas depois a coisa melhorou um pouco e, quando fiz a volta lá na praça da Tristeza, aí a mentalização de que faltavam cerca de 5km deu um ânimo extra, sem falar na letra de "Regret", do New Order, que não me saía da cabeça durante o trajeto.
"Wake up every day that would be a start. I would not complain of my wounded heart. I was a short fuse, burning all the time. You were a complete stranger, now you are mine." Culpa da festa de ontem. Mas que ajudou bastante a manter o foco na prova e a ver os quilômetros irem passando.

Lá pelo km 18, uma pequena nova caída de ritmo, já que as pernas cansadas pareciam blocos de pedra. Foi penoso subir a Av. Guaíba defronte à vilinha da Assunção, pouco antes do Veleiros, mas logo em seguida, com cerca de 2,5 km restando, não teve como não apressar o passo. Engraçado que, desde antes, já achava que estava correndo num ritmo bom, mas olhava para o relógio e todo aquele meu esforço era para correr em 5:10/km. Era a falsa impressão que o cansaço pela falta de sono produziu. Não tinha mais como ter um parâmetro certo, pois não era uma situação normal de treino.

Mas, assim, cansado e achando que estava correndo bem, cheguei finalmente em 1:49:03, 56:03 para o segundo trecho, 3 minutos a mais que a primeira parte. Dentro do contexto, achei bom. Recebi a medalha, entrei na área vip, mais Gatorade, água e tinha umas frutas também, que acabei nem pegando, pois entrei na fila da foto, que a Asics disponibilizava, nos mesmos moldes da Meia do Rio. Deram uma tolha também e me disseram que havia sanduíche, mas não vi nada disso, mesmo porque a foto demorou bastante mesmo e não teve como desfrutar do resto.


A premiação já tinha começado quando finalmente tirei a tão esperada foto e me dirigi à barraca da equipe. Muita gente já tinha ido embora. Alonguei, descansei, bati papo, não necessariamente nessa ordem e fui embora, enfrentar a fila de carros para a saída, já que ela ela livre do pagamento do estacionamento até as 13h, e o povo deixou para sair meio que em cima do laço.

Pelo que ouvi do povo, muita gente achou a prova ótima. Eu também. Acho que entramos num excelente patamar de organização e estrutura, falta só a EPTC colaborar com os trajetos...

E falta também nós, corredores, colaborarmos com a nossa parte. Porque eu vi gente correndo em mais de uma equipe ( e subindo no pódio), o que não era permitido, e vi também umas mulheres das duplas, que eram as segundas corredoras, bem antes de mim e até do Adriano (!) da Petiskeira. A não ser que o (a) companheiro (a) delas tenha quebrado o recorde mundial, não era possível...

Então, nesse aspecto, demos um mau exemplo. Acho que já está mais que na hora de o povo parar de correr com o chip dos outros e inventar jeitinho de burlar as regras. Fica feio. É desonesto. Prejudica outros. Depois reclamam da corrupção, do governo, da política, etc, mas têm exatamente a mesma atitude. O mesmo jeito de tirar proveito das coisas em benefício próprio. Me faz lembrar da Corrida Maluca, em que o Dick Vigarista tentava sempre uma trapaça, e o Muttley dava aquelas risadinhas e pronuciava sua frase clássica, que ajudou a inspirar o nome do blog: "Medalha, medalha, medalha!" Pense nisso.

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