sexta-feira, 22 de maio de 2009

Diário de bordo

Sem querer assustar, mas assustando:

Terça, cheguei em casa da corrida, coloquei as roupas na máquina e estendi-las depois de lavadas. Quarta, ao retornar do trabalho, elas ainda estavam lá, molhadas. As escadas do meu prédio vertiam água. Isso significa que a umidade do ar está alta aqui em Porto Alegre. Nenhuma novidade.

A única questão é com esse tempinho, a possibilidade de sofrimento para o povo que vai fazer a maratona aumentam. Hoje, sexta, meio-dia, está 28 graus. Essa é a hora que muita gente está terminando a prova ou recém completou. Se o tempo permanecer assim, e deve, adeus melhoras nas marcas pessoais.

Podem esquecer tempo, e o negócio é correr para completar com segurança. Uma pena, porque Porto Alegre fica aqui no cantinho do país e, muita gente que vem de fora, o faz somente para melhorar suas performances anteriores.

Meu amigo carioca e a esposa, que chegaram ontem por aqui, estavam preocupados com o frio. Aí na chegada, já se assustaram com o calor... Tem horas que Porto Alegre é 8 ou 80. Ou frio ou calor demais.

Pelo frio, acho que não dá mais para torcer. Então, o negócio é esperar que, pelo menos, dê uma amenizada no calor, senão... I'm sorry, runners.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Maratona de Porto Alegre, domingo


A maratona tá chegando, já é no domingo, e eu ainda não escrevi nada. Estou atrapalhado mesmo... 
Então, resgatei um texto do ano passado, que escrevi num outro blog, mais intimista, que, infelizmente, está restrito a amigos convidados, mas que é sempre atual para qualquer maratona. Ei-lo:

Não existe uma fórmula para fazer bem uma, assim como não há fórmula para o sucesso, mas o componente psicológico é importantíssimo. Talvez mais que 50%. Em 2006, fui a São Paulo, e saí com uma linda menina de olhos verdes, estudante de arquitetura, na sexta e no sábado, véspera da maratona. Dormi 5 horas em cada noite. Muito pouco para quem iria correr uma maratona. Mal havia largado, já senti o cansaço tomar conta do corpo no quilômetro 8. Parecia que tinha sido atropelado por um caminhão. O resto da prova praticamente todo foi dosando a energia e trabalhando isso na cabeça. Foi uma prova altamente psicológica. Verdade que eu estava bem treinado, confiante, e pude correr o risco. Mas podia ter dado errado. A vida é uma eterna escolha. Uma noite bem dormida é fundamental, lembre-se. E o despertador vai tocar, não se preocupe.

Durante muitos anos, talvez uns 10, não terminava correndo as provas. Em 1994, terminei em 3h20, e caminhei no quilômetro 40. Uma idiotice, se formos pensar hoje. Era uma época amadora ainda, informações restritas, muito entusiasmo e pouca sabedoria da minha parte. Numa dessas maratonas, fiz a primeira metade em 1h30. Mantido o ritmo, teria sido meu melhor tempo na história. Mas não havia como manter. 

Se existe um segredo numa maratona, assim como em qualquer prova, é a regularidade. Se eu sei e acho que vou fazer em 3h30, numa média de 5min/km, não adianta me entusiasmar, por estar me sentindo momentaneamente bem, e ficar correndo a 4:45/km. Não existe mágica. Ali na frente, o corpo vai cobrar essa diferença que parece pouca de 15s por quilômetro, mas não é:  são 10 minutos no tempo total.

Até achar o 'caminho das pedras', em 2001, com 3h11, inúmeras vezes errei pelo ímpeto desmedido. Mesmo nessa maratona em que quebrei meu recorde, cometi erros. Saí forte até onde agüentei e depois 'quebrei', só que eu quis correr o risco, porque sabia que iria estabelecer uma nova marca. Nos treinos para ela, fiz um de 30km, que foi a única vez em que corri uma distância tão grande nos preparativos que antecedem uma prova. Era um teste. Corri forte para ver o que eu suportava. Depois, era só fazer um cálculo básico dos 12km que faltavam e pronto, sucesso garantido. 

Eu realmente não gosto de treinos acima de 2h30. Acho que o desgaste posterior não compensa o esforço, embora reconheça que, para muitos, esse treino funciona muito mais na questão da confiança, assim como, para mim, funcionou o de 30km. Só que hoje eu já sei que preciso apenas alguns bons treinos de 25km para terminar uma maratona. É uma questão importante nas corridas: a gente precisa se conhecer, saber o que o nosso corpo pode ou não. Mas isso só se aprende com o tempo e alguns erros, infelizmente.

Quando conto que já fiz várias maratonas, o pessoal me olha meio incrédulo. É quase como se eu fosse um super-homem. A maioria recém inciou nas maratonas e tudo isso parece realmente um grande feito, ainda mais levando-se em consideração que tenho 35 maratonas em 39 anos de idade, e que já corri 3 vezes duas maratonas em semanas consecutivas, e que meu biotipo atlético não é assim exatamente de queniano. Mas eu comecei cedo e isso explica muita coisa. Quando entrei no meu grupo de corrida, meu objetivo era fazer amizades, criar vínculos afetivos. Quem já correu mais de 30 maratonas não tem muito o que melhorar ou mesmo aprender, embora a gente sempre esteja. Tem gente que até me cobra, que tenho potencial, que deveria ser mais dedicado, que poderia baixar das 3h até, mas tudo sempre tem um custo alto, de treinamento, que realmente eu não estou disposto a pagar. Uma das coisas que a gente tem que saber medir sempre é quanto vale o sacrifício em função do prazer. 

Porto Alegre é a melhor maratona no Brasil para se obter uma boa marca. Infelizmente, no meu caso, coincide com uma época de muito trabalho e, portanto, não é nada fácil conciliar treinamentos com atividade profissional e com a função de pai.

Todas as maratonas são diferentes umas das outras. Como tudo na vida, a gente sempre vai melhorando o desempenho com o passar do tempo, à medida em que ficamos habituados a fazer determinada coisa. E, em cada maratona, nosso condicionamento não está igual à anterior. Nem nossa cabeça e nossa confiança. Pode estar melhor ou pior. E, obviamente, isso se refletirá na nossa performance. Eu acho que, enquanto a pessoa não sabe exatamente como chegar num índice legal, que nos satisfaça, o negócio é ser conservador, correr com folga, porque lá pelos 30, 35, o corpo vai sentir o cansaço, de qualquer forma, bem condicionado ou não, e é preciso saber trabalhar isso na mente. É o que eu faço quando vou em alguma maratona pela primeira vez. E que deve ser observado sempre quando o dia estiver quente, sem exceção, porque, nesses dias, o desgaste é muito maior. Então, apareceu o calor, esqueça suas metas anteriores. Apenas complete.

Outra coisa que não se pode prescindir é a hidratação e a reposição dos carboidratos. Sempre levo 3 ou 4 sachês de carboidratos em gel (eu uso o Power Gel), e tomo, a princípio, no km 12, no 22, no 32, e o outro é um coringa, se for preciso readaptar esse planejamento. Tomar água, jogar na cabeça e no resto do corpo (ajuda a baixar a temperatura), tudo isso não pode ser esquecido. E a vaselina nas partes que podem gerar atrito e tornar a corrida desconfortável depois de um certo tempo.

Gosto de dividir sempre a maratona em 3 partes de 14km. Dá para ter uma noção de quanto vai ser o tempo final e, assim, ao passar pelo primeiro período, tenho uma parcial e, depois comparo com a segunda parte, que, necessariamente, tem que estar bem próxima, afinal, maratona, acima de tudo é constância. Depois, é uma contagem regressiva. E ela tem que ser otimista. Lá pelos trinta e poucos, multiplico os quilômetros por 5 minutos e começo a mentalizar: “Faltam quarenta minutos. Falta meia-hora.” Pode ser que eu não consiga manter a média de 5min/km, e, muitas vezes, não consigo mesmo, mas não é essa a questão. O fato é esquecer que já se passaram 30,35 quilômetros, e que falta pouco, muito pouco para completar um objetivo que foi traçado há algum tempo e que demandou um considerável esforço de nossa parte. E a gente tem que ser forte, mais mentalmente do que fisicamente nessa hora, porque não existe prazer sem algum tipo de sofrimento.

Boa sorte a quem vai participar. No final, tudo dá certo. Acredite.
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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Corrida, gripe, imunidade baixa...

Sábado, fui ao Barra Shopping, comprar os presentes para os Dia das Mães. Da minha e da dos filhos.Voltei de lá com uma crise de rinite, espirrando adoidado. Não sei se porque entrei em algumas lojas com perfumes demais, ou a aglomeração de pessooas propagou algum vírus, sei lá.

Só sei que, desde então, só estou piorando. Segunda, a rinite passou para sinusite, afetou todas as vias aéreas e pulmonares e, ontem, estava apenas com meio pulmão que, por sua vez, funcionava à meia boca. Tomei aqueles Vick Pyrenas com gostinho bom de mel e limão, mas que não aliviaram em nada a dor terrível que sentia por todo o corpo. Nem fui para a pista do CETE fazer o treino programado, porque não haveria como.

Hoje, o quadro não mudou muito. Cabeça e olhos doloridos, costas, pernas, quase tudo. Pode ser que eu esteja treinando demais. Quando isso acontece, a gente fica com a imunidade baixa e suscetível a doenças. Qualquer assoprão vira resfriado ou gripe. Desde 2001, em função disso, perto das maratonas, começo a tomar vitaminas para compensar alguma possível debilidade física. Ao meio-dia vou na farmácia comprar para ver se ajuda a resolver.

Amanhã, vou tentar treinar à noite, mas as perspectivas não são das melhores. Só se houver uma completa reviravolta no quadro atual.

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