terça-feira, 14 de maio de 2013

14ª Maratona de Mendoza








Depois de séculos, finalmente um post.
Vida foi complicada em fevereiro, março e abril, época de fechamentos, declarações diversas de Pessoas Jurídicas, e de Imposto de Renda Pessoa Física. Dormindo 6h por dia, correndo às 10 da noite.

Depois da TTT, diminuí o ritmo dos treinos, mas estava inscrito desde o final de janeiro na Maratona de Mendoza, região famosa por seus vinhos, na Argentina.

Não foi nada fácil treinar para a maratona. Em fevereiro, fiz 142,15 km. Em março, 194,79 km e em abril, 165,71 km, incluindo aí uma meia dia 28/4. Ou seja, pouco treino para encarar uma maratona. Mas, há sempre um mas em tudo - diz um colunista esportivo de Porto Alegre, Mendoza é uma maratona em descida. Tem que ajudar.

Tudo bem, não é a barbada que a Fernanda Paradizo pintou na Revista Contra Relógio (acho que) de fevereiro. Lá tu olhavas a altimetria e só descia. Molezinha. Mas se a gente ampliar o desenho, verá que desce quase que o tempo todo, só que há subidas no meio. Foi o que aconteceu: até o km 25, era um verdadeiro tobogã.

Mas vamos começar do começo: saímos (eu e o Mário) aqui de Porto Alegre na quinta, às 15h30. Voamos até Buenos Aires, onde chegamos por volta das 17h15. Depois o voo para Mendoza só saía às 21h30, e chegamos lá às 23h15. Aeroporto perto, logo estávamos no hotel.

Sexta, fomos retirar o kit. Tudo muito tranquilo, mal estavam montando os estandes do que chamaram de "feira", que era modestíssima. Tirando isso, atendimento nota 10, pessoal super atencioso. O kit era a camiseta, o número, o chip e uns folders diversos de anunciantes. Peguei a camiseta tamanho "M" e depois o Mário pegou a "P". Vi então que a diferença era pouca e também fiquei com a "P". Aqui talvez tenha acontecido o que aconteceu. Fomos embora, chegamos no Hotel Huentala, abro minha sacola, cadê o chip?

Tinha visto no Facebook que naquele dia o atendimento no estádio Ilhas Malvinas, que fica dentro do Parque San Martin, era somente até às 16h, pois havia o jogo Godoy Cruz (da região de Mendoza) x Colón de Santa Fé. Corremos, pegamos um táxi (era 6km a distância), chegamos lá às 15h50, e já haviam fechado às 15h por conta do jogo... Restou comprar o ingresso para a partida e retornar mais tarde ao estádio...

Sábado, portanto, tivemos que voltar mais uma vez ao estádio e explicar a situação. Outra vez, pessoal super atencioso e em 5, 10 minutos no máximo me deram outro número e chip. Simples assim.

À noite, fomos comer aquela massa à bolonhesa normal de véspera de maratona. No outro dia, era preciso estar às 6h da manhã para pegar o ônibus que nos conduziria à largada. 4h30 despertamos, fizemos nosso mini-café, já que o hotel não disponibilizou em função do horário, pegamos um táxi, o que não foi fácil em função dos finais de festas, e chegamos lá no estádio. Os ônibus saíram com um pouquinho de atraso e chegamos por volta das 7h15 no local de largada, ainda escuro. E frio. Muito vento lá em cima (largava de 1.200m de altitude e chegava em 800m).

Havia apenas 3 míseros banheiros para todos os maratonistas, o que foi péssimo, porque demorávamos mais tempo num frio do cão àquela hora. Mas logo começou a clarear e quando deram a largada (8h09) já não estava tão frio assim.

O Mário se mandou e só fui ter notícias dele no final da prova, óbvio. Em seguida, fizemos algumas curvas prá lá, curvas prá cá, desceu, subiu, e esse foi o ritmo até o km 25, como disse. Um verdadeiro tobogã. No começo, uma turma de Mendoza que corria em  grupo me passou. Como eu corria com uma regata do Grêmio, ouvi falarem algo do Chacarita Juniors, de Buenos Aires, mas creio que confundiram com outro time, pois a camiseta deles é idêntica à tricolor do São Paulo. A mulher que corria no grupo falou algo no sentido de que já havia visto a camiseta na meia do Rio de Janeiro. Ficamos brincando de "eu te passo, tu me passas" algumas vezes e o grupo deles foi se dispersando, a mulher e um outro cara se mandaram e o resto foi ficando para trás. Outro grupo também chegava, me passava nas descidas, e nas subidas eu "dava o troco", até que ficaram para trás de vez, pouco antes do momento foto oficial, que, penso eu, foi no km 21.

Pelo km 15, um hermano (nº 270 - Pablo) grudou no meu ritmo e fomos nos ajudando durante boa parte da prova. Um outro senhor também chegou em nós mais tarde, pelo 23, penso eu, mas em algum posto de água ficou pelo caminho. Talvez porque conversasse demais.

Pausa para tomar água: os postos eram de 5 em 5km. Nos davam copos abertos, com água pela metade. Na corrida, essa metade virava metade da metade... ou seja... quase nada. Logo em seguida, comecei a pegar 2 copos para evitar de tomar pouca água. Que não me aparecem os arautos da modernidade esportiva de tomar água somente quando sentir sede por aqui. Tomo água sempre e ainda atiro no corpo o que não tomo para refrescar. Se não funciona ou não, se é certo ou errado, sei lá. Quando eu morrer, TALVEZ existam pesquisas definitivas a respeito. Até lá, tomo tudo que vier pela frente! (risos)

Voltemos ao hermano. Grudou em mim no 15, mas parecia que fazia um pouco de força para me acompanhar. Lá pelo 20 e poucos, como disse, um veterano chegou em nós, eles conversaram que aquela subida filha da mãe que avistávamos logo adiante, antes de uma curva, era a última, depois só descia. O veterano disse que já havia feito as outras 13 edições. Ainda bem que não confiei totalmente nos 2, pois acho que no 27 havia outra subida, não que nem essa, e acho que no 30 outra. Pelo menos é o que me parece pelo tempo dos km e pela minha lembrança. Creio que pouco depois do km 30 deixei o guri para trás e comecei a tentar acelerar. E no 32 cheguei naquela mendocina (nº 193 - chegou em 3:27:26) que falara do Rio de Janeiro.

Minha estratégia da prova era a seguinte: não treinei o suficiente, não posso me meter de pato a ganso. Nem quando treino bem faço isso (risos). A ideia era correr a 5 por km, mas fui fazendo menos que isso, tomando gel de 40 em 40 minutos (quando dava, em função da água de 5 em 5). Sabia que estava mais pesado do que deveria e pensei que durante a prova perderia peso e meu ritmo melhoraria depois da metade (passei os 21 em 1:41:53). Coincidência ou não, meus melhores km foram do 25 ao 38. Cheguei a fazer 4:31 no km 34 devido a um estusiasmo de estar passando alguns corredores. Tratei de cortar a empolgação assim que o relógio mostrou o tempo do km.

Depois no km 30, realmente quase que só descia até o 38, acho que tinha um viaduto no meio disso, no 35. Era um declive bem bom, quase uma reta. Mas aí entra no parque no km 38... vinha a 4:45, fiz 5:41 no 39, 5:10 no 40, 5:17 no 41. Não tinha mais descida, pelo contrário, subiu. Fui chegando e a maratona terminava com os corredores entrando dentro do gramado do estádio. Terminei em 3:22:14, praticamente igual as duas meias. 55º no geral dos 391 que terminaram. O hermano  Pablo chegou em 3:28:39. Tirei 6 minutos dele e 5 daquela corredora nos últimos 10 km praticamente. O Mário chegou em 3h14. (Resultados aqui).

Vale a pena? Vale. Não é a barbada que pintaram, é bom treinar muito sobe e desce, mas dá para melhorar tempo. Mesmo pesado, com treino máximo de 23 km (em 30/3) e um de 21 na semana anterior, consegui melhorar em relação à maratona de Porto Alegre do ano passado (3h27). A descida certamente contribuiu.

Abaixo os treinos para não dizerem que sou um baita mentiroso e que treinei mais do que disse.

Meta agora é tentar baixar dessas 3h22 em Porto Alegre, dia 16 de junho.








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