segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Maratonista cria fórmula de carboidratos

Saiu na Folha de São Paulo de sábado.

Maratonista cria fórmula de carboidratos

Cálculo define a quantidade exata de calorias necessárias para completar uma prova

DA REUTERS

Maratonistas podem treinar meses para se preparar para a grande corrida e, mesmo assim, ter dificuldade para terminar o percurso, se as suas reservas de carboidrato acabarem muito rápido.
Uma nova fórmula, criada por um maratonista estudante de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology) permite calcular exatamente quantas calorias de carboidratos são necessárias para percorrer os 42 km.
De acordo com Benjamin Rapoport, autor do estudo publicado na revista "PLoS Computational Biology", 40% dos maratonistas chegam ao seu limite durante a corrida. Queimam os carboidratos guardados no fígado e nos músculos da perna, o que os força a diminuir o ritmo, ao passo que o corpo começa a queimar gordura.
Segundo Rapoport, muitos corredores acreditam que isso é inevitável. "Isso não é verdade de jeito nenhum", diz ele, que já correu 18 maratonas. Seu melhor tempo foi de duas horas e 55 minutos, na prova de Boston.
Para fazer os cálculos, é preciso saber três coisas: o peso, o tempo que a pessoa quer fazer na maratona e a capacidade máxima de uso de oxigênio. "Essa é uma medida do condicionamento aeróbico", disse o estudante.
A capacidade aeróbica mede quanto oxigênio o corpo consegue transportar para os músculos e consumir durante uma atividade física.
Para ter esse número, é preciso fazer um teste de esteira. Mas dá para fazer uma estimativa disso dividindo a frequência cardíaca máxima pela frequência cardíaca em repouso e multiplicar por 15. Para saber qual é a frequência cardíaca máxima, o estudante recomenda subtrair a idade em anos de 220 batidas por minuto.
Ele construiu até um calculadora on-line que faz as contas para o atleta (http://endurancecalculator.com/).
Muitos corredores, diz Rapoport, usam suplementos de carboidratos durante a prova, em forma de gel ou bebidas, mas dá para carregar mais "combustível" nas pernas e no fígado, se a pessoa souber de quanto ela precisa.
Antes, os maratonistas precisavam fazer estimativas. Agora, dá para calcular os números com exatidão. "É meu presente para os colegas corredores", disse.



Bom, agora só não leva a quantidade suficiente de gel quem não quer.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nosotros en Buenos Aires

Eram mais ou menos 13h15, quando eu, o Gabriel e o Duda chegamos ao Aeroporto Salgado Filho sexta passada, para embarcar rumo a Buenos Aires. O dia foi de confusão, já que choveu forte durante a manhã e os voos foram cancelados naquele período. Grandes filas se formavam nos guichês da TAM e da GOL, mas, sorte nossa - na teoria - íamos pela Pluna. Pouca gente no check in, no entanto, mesmo assim, levamos mais de meia hora para sermos atendidos. E então surgiu o problema: não lembrei que deveria levar uma autorização da mãe para poder viajar com o Gabriel para o exterior. E agora? A atendente - que nem nos atendia, meio de mau humor, diz que vai fechar o voo em 15 minutos, o que gera um certo estresse, já que esperamos um tempão pelo atendimento. Ligo para a mãe dele, armamos uma operação de guerra e ela consegue chegar a tempo, graças ao atraso no voo. Salvo pelo gongo.

Mas, novas surpresas: tentamos entrar na área de embarque, e a funcionária da Infraero diz ao Duda que não está na hora, que voltemos em 20 minutos. Não me dou por satisfeito, já que o painel está apontando que o voo sai às 15:45, que é o horário que ela nos manda voltar. Vou lá e ela repete o mesmo discurso. Ok, voltamos na hora certa. Só que agora ela diz: "Pluna? Já saiu, vocês estão atrasados! Entrou todo mundo!" Nova correria. E então damos de cara com a mesma atendente de antes, com o mau humor², espumando raiva pelos poros. Tento argumentar e ela replica: "Eu avisei vocês para virem direto, e vocês ficam passeando no aeroporto!" A tentativa de acalmar a gordinha é em vão: "Eu ia cancelar o voo de vocês e mandar retirar as bagagens! Agora tenho que chamar a Polícia Federal só por causa de vocês 3!" Ela continua espumando raiva, ódio, mau humor, falta de amor no coração, etc, até que somos atendidos pela PF e liberados para pegar o ônibus dentro do pátio do aeroporto e embarcar na aeronave.

O voo é tranquilo, chegamos pouco depois da 17h em Montevidéo, local de escala. Lá está em horário de verão, com 1h na frente. Nosso voo em direção a Buenos Aires é às 20:00, horário de lá. Encontramos o Valdomiro, o Fernando, Helena e filhos, e outro pessoal daqui na espera. O voo deles em POA era às 9h, mas não saiu em função da chuva e eles ainda aguardavam o desenrolar da confusão, já que perderam conexões em função de tudo. Com isso e com atraso, saímos pouco depois das 20h30, mas antes deles, em direção a Buenos Aires. Eles só chegam depois da meia-noite.

Nosso aeroporto era o Aeroparque, que fica dentro da cidade, uns 15, 20 minutos do centro, onde ficamos. Eram quase 23h quando chegamos ao nosso destino, o Hostel Suites, na Florida.





Na manhã seguinte, acordamos, meio atrasados, verdade, e na correria para pegar o tour da organização da prova pelo percurso. Chegamos com meia hora de atraso, mas os ônibus ainda não haviam saído de lá. Dentro dele, encontro o Miguel, mineiro de BH da equipe Baleias, responsável pelo excelente blog da equipe.


(Gabriel e o Duda no ônibus, no nosso passeio pelo percurso da maratona)

O passeio é o meio monótono, longo, interminável, programa de índio, e os guias são meios evasivos e desconcentrados durante ele. Adormeço metade do caminho. Quando estamos perto de nosso Hostel, decidimos descer e voltar ao local da entrega dos kits (de onde os ônibus saíam), já que o tour ainda levaria 1h30, com pausa para lanche e tudo mais.

O local da feira para a entrega do kit é amplo, suficiente para as pessoas, e tudo funcionava muito bem. A entrega, como já bem frisei outras vezes, é feita como deve ser: bancas por números, o que a faz fluir com rapidez. O kit é relativamente simples: a camiseta (que o Duda mostra na foto acima), algum produto para "micose", o chip, a revista da maratona e o regulamento com o mapa do percurso. É possível colocar o nome nas costas da camiseta, o que é feito por quase todos os corredores, e que levava meia hora até ficar pronto. Embora da Adidas, a camiseta era de poliéster (e menor que o normal) e não poliamida, como é na Meia do Rio, por exemplo, também patrocinada por ela. Devolvo os 4 chips que peguei do povo que não foi e não iria correr. Havia um "urna" em que era depositado o chip, o que foi louvável e funcionou eficientemente, com muitos devolvendo-o.

Passeamos no tempo que nos resta na Villa Crespo, local das inúmeras outlets com preços relativamente bons, e pertinho de Palermo Soho, bairro da badalação noturna.

Na entrega do kit, havíamos encontrado o Mário e o Claiton e combinado uma janta no Broccolino (foto abaixo), na rua Esmeralda, que se realizou depois dessa brincadeira. A massa era bem boa por lá, a melhor que comi no fim-de-semana todo, e o preço acessível. Recomendo.


Na manhã seguinte, vamos comprar as coisas para o café (já que no Hostel só serviam às 8h) e encontramos a Bruna nos aguardando, atucanada, falando pelos cotovelos (mais ainda), nervosa por não ter falado conosco durante o sábado todo (o voo dela chegou só às 5h da madrugada e não nos encontramos no kit), e preocupada em não nos achar por lá (já tinha deixado alguns recados, que ninguém nos passou). Mas deu tudo certo e rumamos para o Estádio do River Plate, onde era a largada. O táxi não leva todos nós, e então sigo depois deles. Encontro um corredor argentino, que aguardava por uma carona de um amigo, me oferece também, mas o amigo dele já havia combinado com mais 2. Nisso, os táxis seguem passando, sempre com alguém dentro. Outro corredor aparece, um pernambuco, e dividimos o táxi até lá.

Em lá chegando, encontro o Zé Luiz, meu parceiro de maratona aqui, e a esposa, meus amigos cariocas. Tiramos umas fotos, me despeço deles, desejando boa sorte e logo em seguida encontro o resto do povo.


(O segredo do Mário para "voar" do jeito que voa: meias de compressão e tênis discretos)

(A galera reunida antes da largada)

A largada foi uma grande festa como pode ser vista já na primeira foto do post. Ela era dividida por "baias" de tempo. Os corredores, lá na entrega do kit, recebiam um pulseira colorida alusiva ao tempo que pretendia fazer na prova. Baseado nisso, se colocavam na área respectiva e saíam. Verdade que depois da largada tudo mais ou menos se misturou, mas, pelo menos, na teoria, todo mundo estaria junto "dos seus", no seu ritmo, quando desse para começar a correr propriamente.

Saí dali, peguei um táxi, com o mapa do percurso na mão, e iria tentar pegá-los em algum ponto. Combinamos mais ou menos pelo 30, mas olhando o trajeto, tentei pegar antes e acompanhar outros momentos da prova. Não me faço entender bem pelo taxista, ele passa do ponto que eu queria e me deixa na Av. 9 de Julio, próximo ao Obelisco. De qualquer forma, foi melhor, pois os corredores passavam ali perto. Andei nem duas quadras e cheguei à Tucumán, onde tiro as fotos que seguem abaixo. Nesse ponto, eram pouco mais de 10km.



(Mário)
(Zé Luiz e Maria Helena)

(Claiton)

(Valdomiro)
(Duda)

Enquanto eles iriam em direção à La Boca, onde passaram pela La Bombonera, estádio do Boca Juniors, eu só tinha que seguir pela Tucumán no sentido inverso ao deles e em cerca de 1km chegava no ponto mais ou menos do km 28 da maratona. Nem foi preciso táxi. Claro, lá tive que esperar um tempo. Deu para tomar e comer alguma coisa e gravar alguns vídeos de outros corredores mais rápidos, que postei no Youtube.


De lá, peguei outro táxi, e o Duda pediu para eu alcançar Red Bull para ele por volta do km 32. Disse que talvez não desse tempo para chegar lá. Deu para chegar antes até, mas ele já estava passando, ali pelo km 30, e só pude dar para a Bruna. Só que acabei entrando numa roubada nesse ponto do trajeto: não tinha táxi passando por ali, pois era uma área contígua ao Porto, sem casas, sem nada praticamente, na Av. Costanera.

Tento ir acompanhando o trajeto, o Gabriel junto, procurando encontrar algum ponto que pudesse sair para um local mais movimentado, pegar um táxi e seguir em frente. Mas não há. Vamos caminhando, o Gabriel já meio cansado, coitadinho, e nisso passa a ambulância que recolhe os corredores que não completam a prova. A moça ali nos oferece carona. Caiu do céu. Diz que quando recolher outros corredores teremos que descer, mas isso só acontece por volta do km 35, onde já é entrada de um parque (um dos tantos da cidade) e um local bem movimentado, onde poderemos pegar o tal do táxi tão sonhado. Mas pegar táxi em Buenos Aires é uma tarefa árdua. Eles passam aos borbotões, mas estão sempre com alguém dentro. Então, esperamos, esperamos, esperamos, até que conseguimos pegar um, que logo em seguida para no trânsito engarrafado pela própria maratona. Ficamos tranquilamente mais de meia hora nessa brincadeira, tentando alcançar o estádio do River novamente, onde terminava a prova. Quando finalmente chegamos, o povo já está lá, o Duda, a Bruna, o Valdomiro. O Mário e o Claiton que haviam terminado a prova mais cedo, já tinham ido. Encontro o Hideaki, grande organizador e propagandista dos Marathon Maniacs, e tiramos a foto abaixo.


(Os maratonistas e suas respectivas medalhas)

Eles terminaram assim:
Mário -> 3:10:13
Claiton -> 3:46:54
Duda -> 3:51:12
Bruna -> 4:02:00
(ela disse que o GPS dela marcou mais 400m)

No cômputo geral, Buenos Aires foi uma prova excelente, mesmo vendo de fora. Houve uma invasão brasielira e um recorde de inscritos e concluintes (6.400 e 5.093, respectivamente), firmando a maratona como a maior da América do Sul. Ano que vem deve superar tudo isso e certamente estaremos por lá. A cidade tem inúmeros parques, tem uma vocação para a atividade esportiva e para o turismo, e não há, diferentemente daqui (alô, EPTC!) uma preocupação absurda com o "transtorno" que irá causar ao trânsito num domingo pela manhã. Nossos tecnocratas têm que aprender com los hermanos como é que se faz uma maratona numa cidade que tem o dobro do tamanho de Porto Alegre e que cruza boa parte dela, passando por inúmeros pontos turísticos. Isso só é possível quando se tem a mente aberta e a consciência de que a prática de esportes é um bem para todos, e que deve ser estimulada, mesmo que pareça "um capricho de um bando de loucos que não têm o que fazer." Não é, e certamente quando vemos pessoas de outras cidades vindo correr aqui, gostaríamos de ouvi-los dizendo que o percurso é bonito, que passa por 'n' pontos principais da cidade, ao invés de ouvir "que chato aquele vaivém pelo mesmo trajeto". A lembrança que as pessoas trazem da cidade é a riqueza mais preciosa que ela pode ter. Quem sabe insistindo bastante no mesmo ponto consigamos mudar o pensamento por aqui.

Bom, maiores informações sobre a prova no site do evento.
Mais tarde, outras fotos sobre as incursões em terras argentinas estarão disponíveis no meu espaço do Picasa.

No fim-de-semana, devo tentar dar uma corrida e ver como está a costela, que ainda causa um leve desconforto. Mas é hora de começar a treinar para os cerca de 80 km da 7ª TTT, próximo desafio, ano que vem, em fevereiro.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Maratona de Buenos Aires


Sexta, estou indo para Buenos Aires. Volto só na terça, no final do feriado.
Não vai dar mais para correr, como era o previsto, e tentar fazer uma boa prova, que era o objetivo maior, mas... planos mudam, desde o momento em que a gente coloca o despertador para tocar e acaba apertando na tecla "soneca".

Do povo da equipe, 4 irão correr: Mário, Claiton, Duda e Bruna. O Duda acabou se machucando jogando futebol depois da meia do Rio e também vai descontado. O Irio, que iria, acabou abortando a missão na última hora.



Uma pena que não dê para correr, pois tinha uma boa expectativa lá em Buenos Aires, que, pelo que sei da prova, é um local propício para fazer uma maratona bem, já que o percurso não é difícil "tirando os 42km, claro...rs) e a temperatura ajuda.

Amanhã completam 3 semanas que estou sem correr, desde a queda no primeiro treino depois da prova de Gramado. O bom é que, no fim-de-semana que passou, parece que as dores na costela diminuíram bastante e há uma grande esperança de que, voltando de Buenos Aires, possa retomar os treinos.

Tenho um convite para participar da prova da Paquetá em novembro, num octeto, mas, sinceramente, creio que seja prematuro voltar nela, ainda mais numa distância curta, em que a possibilidade de alguma lesão para quem recém está retornando acaba sendo grande.

Esse ano, de tudo que foi planejado, só deu para correr a maratona de POA e a meia do Rio, praticamente. E teve a Meia do Corpa e a sensacional vitória na dupla do Gramado Adventure Running. O resto tudo foi cancelado por algum motivo de lesão, então acho que a hora é de ter paciência e aguardar o momento certo para o retorno. Ficar só treinando e não entrar em nada que possa atrapalhar meus treinos para o grande desafio que tenho ano que vem: correr individualmente a Travessia Torres-Tramandaí, dia 5 de fevereiro, em pleno verão, debaixo de muito sol. É verdade que posso cair (como aconteceu) e isso literalmente derrubar qualquer planejamento.

Na verdade, é um grande desafio. Já corri 3 vezes a Supermaratona de Rio Grande (50km, na mesma época do ano) e fui mal duas vezes! Rá, rá. Mas a última participação é que foi a boa, isso que interessa. Deu para acertar a fórmula para correr bem no calor do verão. Claro, em linhas gerais, porque cada prova difere da outra, e temos mais 30km nessa outra brincadeira.

Na edição desse ano, acompanhei a Bruna em um trajeto e a Dalila em outro, e o sol castigou o povo durante o dia todo. Deu 40 graus naquele dia. Para o ano que vem, mudaram o horário da largada da prova individual, pelo que soube, para 5h da manhã (tem que gostar muito mesmo). Uma iniciativa para minimizar o efeito do sol para os que se aventurarem. Talvez preferirisse correr com mais sol, já que a minha chance contra corredores "magrinhos" e sabidamente melhores é se eles quebrarem, e isso só é possível em condições mais adversas, onde é possível acontecer qualquer coisa.

De qualquer forma, por enquanto, vamos ver como será a prova de Buenos Aires no domingo, e se consigo voltar aos treinos depois dela.

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